Por Gabriel Ponte
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou a congressistas americanos nesta quarta-feira que o Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) ainda não decidiu o ritmo de alta dos juros deste mês. A fala acelerou o movimento de queda dos contratos de dólar futuro no Brasil.
Powell, que testemunha neste momento perante o Comitê de Serviços Financeiros da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, afirmou que o FOMC não decidiu sobre a extensão da magnitude de alta da taxa-alvo Fed Funds e que só o fará quando tomar conhecimento de importantes dados econômicos que serão divulgados nesta e na próxima semana.
“Não estamos em um caminho pré-definido, e os próximos dados ajudarão a determinar se um aumento de 0,25 ponto perceutual ou 0,50 ponto percentual será necessário na reunião deste mês”, afirmou Powell. A próxima reunião do FOMC ocorrerá em 21 e 22 de março.
Na sexta-feira, serão divulgados os dados do Payroll, e na terça-feira, os do Índice de Preços ao Consumidor americano (CPI), ambos de fevereiro.
Repetindo o discurso de ontem, quando falou no Senado americano, Powell reconheceu que os recentes indicadores econômicos reverteram, parcialmente, a tendência de abrandamento observada na economia dos EUA ao fim de 2022. Ontem, ele afirmou que o Fed poderá elevar as taxas de juros além do esperado para esfriar a economia surpreendentemente forte.
Segundo dados divulgados em janeiro pelo Departamento de Trabalho, a taxa de desemprego americana está em 3,40%, no menor patamar em mais de cinco décadas. Já o CPI alcançou 6,4% no acumulado de 12 meses em janeiro, acima do consenso Mover, que previa alta de 6,2%.
Por volta das 13h00 desta quarta-feira, derivativos negociados na Chicago Mercantile Exchange projetavam 74,9% de chance de uma alta de 0,50 ponto percentual dos juros na próxima reunião do FOMC. As apostas para uma alta de 25 pontos-base estavam em 25,1%.
No mesmo horário, os contratos de dólar futuro negociados na B3 aceleravam trajetória de queda, recuando 1,41%, a R$5,146.