São Paulo, 27/03/2024 – Os irmãos Wesley e Joesley Batista, que estão retornando à gestão da JBS, após serem eleitos ontem para cadeiras no conselho, não têm quaisquer restrições para ocuparem cargos executivos, defendeu hoje o CEO da companhia, Gilberto Tomazoni.
Os Batista, filhos do fundador da JBS, criada em 1953, e que dirigiram o grupo por anos, foram alvo de diversas investigações por acusações de corrupção, e admitiram diversas ilegalidades em delações premiadas– Joesley até gravou áudios envolvendo o então presidente Michel Temer em supostas irregularidades.
Wesley e Joesley chegaram a ser presos, e foram acusados também de negociações com informações privilegiadas que teriam supostamente ocorrido enquanto negociavam suas colaborações com a Justiça– eles foram absolvidos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no ano passado.
Ontem, a JBS informou que os dois foram eleitos para cadeiras no conselho, que para isso aumentará de 9 para 11 membros.
“Eles não possuem qualquer impedimento para ocupar assento no Conselho ou exercer funções executivas. E são empresários de reconhecida capacidade empreendedora e sucesso empresarial. Eles que alavancaram o crescimento da JBS, uma transformação de um pequeno açougue em Goiás na maior produtora de proteína do mundo”, disse Tomazoni, hoje.
ENRIQUECEM CONSELHO
“Certamente a presença deles no conselho irá enriquecer discussões estratégicas do board. Contribui ainda mais para o sucesso da JBS”, afirmou o CEO da companhia, durante teleconferência de resultados.
Tomazoni acrescentou que a volta dos Batista não muda em nada a estratégia do grupo, que está focado em um processo de dupla listagem para ter suas ações negociadas nos Estados Unidos. A companhia acaba de reapresentar um pedido nesse sentido à reguladora SEC, disse o executivo.
RESULTADO
A JBS divulgou ontem os resultados de 2023 e do quarto trimestre do ano– estes últimos ficaram bem abaixo das expectativas do mercado, com lucro de R$82,6 milhões, ante consenso de projeções de R$997 milhões, em meio a desempenho bem abaixo do previsto da Seara e da divisão de carne bovina nos EUA, em meio a um ciclo negativo do setor por lá.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)