Por Artur Horta
A Via, segunda maior empresa de comércio varejista do Brasil, frustrou as expectativas do mercado no primeiro trimestre de 2023 em meio ao ambiente turbulento para o varejo digital, enquanto as lojas físicas ainda se recuperam do tombo vivenciado na pandemia.
A companhia registrou prejuízo líquido de R$297,0 milhões, uma perda maior que a esperada pelo consenso Mover, de R$170,3 milhões, e revertendo lucro de R$18,0 milhões do mesmo período do ano passado, segundo balanço divulgado na noite desta quinta-feira.
Já a receita líquida alcançou R$7,35 bilhões, abaixo da expectativa de R$7,64 bilhões, enquanto o lucro operacional medido pelo EBITDA ajustado foi de R$675,0 milhões, abaixo do consenso de R$732,6 milhões.
Ambas as linhas ficaram praticamente estáveis no comparativo anual, devido à combinação de um avanço de 10,3% no faturamento das lojas físicas, em contraste com a queda 12,0% na receita das vendas online, informou a dona das lojas Casas Bahia e Ponto.
Nas lojas físicas, o desempenho “ainda está abaixo do período pré-pandemia”, disse a companhia. O indicador vendas mesmas-lojas foi de 9,0%, ante 11,4% no trimestre anterior.
No online, o valor bruto de mercadorias (GMV) no canal 1P online recuou 15% na base anual, para R$3,4 bilhões, fruto da queda do mercado e cenário mais restritivo para compras online”, acrescentou a Via.
Entre janeiro e março, o fluxo de caixa operacional da varejista foi negativo em R$810,0 milhões, devido ao investimento em estoques, demandas trabalhistas e investimentos.
A diretoria deve comentar os resultados em teleconferência amanhã, às 14h00.
As ações ordinárias da Via encerraram o pregão em alta de 4,44% na B3, cotadas a R$1,88. No ano, os papéis caem 21,67%.