Companhia também pede para postergar pagamento à estatal

Seacrest retoma produção após incidente em poço de campo comprado da Petrobras

Seacrest retoma produção após incidente em poço de campo comprado da Petrobras

A Seacrest registrou incidente nesta semana em um poço no campo Inhambu, no Polo Norte Capixaba, adquirido anteriormente da Petrobras, mas disse em nota que retomou as operações normalmente e que ninguém ficou ferido, enquanto avalia e trabalha para minimizar eventuais impactos ambientais.

O incidente nas atividades da Seacrest, que tem ações listadas na bolsa de Oslo na Noruega, ocorreu na quarta-feira, e vem em momento em que a empresa tenta negociar com a Petrobras o adiamento de mais de US$45 milhões em pagamentos pela compra do Polo Cricaré, que precisariam ser feitos até 31 de dezembro. Procurada, a Petrobras não comentou.

O Itaú BBA, inclusive, colocou recomendação para as ações da Seacrest em revisão ontem, depois que a empresa informou ter falhado em avançar com uma emissão de títulos de dívida conversíveis que buscaria levantar capital novo.

“Dada a solução ainda desconhecida para a situação financeira da companhia, a necessidade de recursos adicionais até o final do ano e o momento operacional desafiador, não conseguimos neste momento oferecer uma visão fundamentada sobre essa tese de investimento”, escreveram os analistas do Itaú, em relatório, sem citar o incidente no campo Inhambu.

Procurada pela Mover, a Seacrest disse em nota que registrou na quarta-feira “uma perda de vapor e emulsão oleosa em um dos poços recém-perfurados pela companhia no campo Inhambu, em São Mateus, Espírito Santo”, que ainda não estava produzindo no momento.

“Não houve danos a nenhuma pessoa, e a companhia informou prontamente as autoridades competentes. A produção no campo foi totalmente restaurada no dia seguinte, após uma breve redução para mitigar o risco elétrico”, afirmou a Seacrest.

Controlada por um grupo norueguês, a Seacrest estreou na bolsa de Oslo em 2023, visando levantar recursos para pagar pela aquisição do Polo Norte Capixaba, adquirido da Petrobras em 2023. A empresa pagou mais de US$460 milhões pelo ativo, e ainda tinha mais de US$60 milhões em pagamentos contingentes futuros associados ao negócio.

Antes, em 2021, a Seacrest comprou o Polo Cricaré, também no ES, por quase US$40 milhões, e com US$118 milhões em pagamentos contingentes futuros.

(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)