Renner (LREN3) vê melhora operacional no curto prazo apesar de resultado fraco no 2º trimestre

Ações sobem no Ibovespa hoje

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Por Ana Luiza Serrão

A Lojas Renner (LREN3) está entre as maiores altas do Índice Bovespa nesta sexta-feira (4), mesmo depois de divulgar um resultado considerado fraco no segundo trimestre, com analistas de bancos de investimentos e a própria empresa afirmando que há perspectivas de melhora dos números nos próximos meses.

Por volta de 13h40, as ON da maior varejista de moda do Brasil subiam 7,28%, a R$19,90, enquanto o Ibovespa avançava 0,53%, a 121,21 mil pontos. Nos últimos 12 meses, a empresa acumula desvalorização de 24,85%.

O CEO da companhia, Fabio Faccio, vê um cenário de aperfeiçoamento operacional contínuo a partir de junho. “A nossa expectativa é que a gente tenha um segundo semestre melhor do que o primeiro, ganhando em alavancagem operacional e geração de rentabilidade”, disse em teleconferência com investidores nesta manhã.

“Abril e maio eram os meses em que a gente tinha maior pressão nos nossos resultados, e, de junho para frente, a gente já tinha uma expectativa de melhora no cenário dos nossos resultados, em venda, margem e na questão das despesas também”, acrescentou.

Para a Genial Investimentos, a empresa errou no sortimento, na precificação e no tempo de troca da coleção outono/inverno, que, aliado a um cenário macroeconômico restritivo, levou ao sacrifício da margem no segundo trimestre. “Não gostamos do resultado”, disse a equipe de analistas em relatório.

Já o Santander Corporate & Investment declarou que a varejista teve um fraco trimestre devido à queda nas vendas e à erosão na lucratividade, além de que a tendência negativa da inadimplência não parecer ter chegado ao seu pico ainda.

“O nível de inadimplência que a gente acompanha por vários indicadores realmente não tem cedido. A evolução que teve em abril e maio foi um ponto de surpresa para vários, e impactou a nossa carteira, sem dúvidas”, comentou o CFO Daniel Martins em videoconferência.

O executivo disse esperar por uma melhora da inadimplência, apoiada pela redução da taxa de juros para 13,25% e pelo programa federal de renegociação de dívidas Desenrola. Por outro lado, Martins disse que é difícil mensurar em qual velocidade isso vai acontecer.

“Nesse ano, não vamos conseguir ter uma foto [da inadimplência] diferente do que a gente teve no ano passado. Agora vamos ver como essa inadimplência vai evoluir”, explicou o CFO.

A Lojas Renner teve lucro líquido de R$229,7 milhões no segundo trimestre, com venda nas mesmas-lojas de -6,8% contra +37,9% no mesmo período de 2022. O EBITDA ajustado, de R$481,6 milhões, ficou 6% abaixo da projeção do Santander Investment.