PRIO (PRIO3) reduz custo de extração, mas resultado do 2º tri deve cair

Segundo o TC Consenso, a PRIO deve reportar uma queda de 50% no lucro

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Por: Luciano Costa

As petroleiras independentes conhecidas como “junior oils” devem ter os resultados do segundo trimestre impactados pelos menores preços do petróleo e por impostos sobre exportação na temporada de balanços que será aberta hoje pela PRIO (PRIO3) que, segundo projeções de analistas de bancos, deve mostrar queda nos lucros, apesar da redução significativa nos custos de extração.

A 3R Petroleum, por outro lado, deve ter avanço importante nos ganhos, depois de incorporar o Polo Potiguar, adquirido da Petrobras, embora com custos de produção ainda pressionados por ativos comprados recentemente. Já a PetroReconcavo deve ser afetada por restrições de escoamento de gás no Rio Grande do Norte, com expectativas de melhoria nos números à frente, de acordo com relatórios lidos pela Mover.

A equipe do BTG Pactual destacou os preços do petróleo 6% menores entre abril e junho na comparação com o primeiro trimestre, e a apreciação de 5% do real, que impactam mais as “juniors” – que, ao contrário da Petrobras, estão muito mais expostas aos preços internacionais do petróleo por terem ativos bem menos diversificados.

“No entanto, destacamos que todas as quatro petroleiras junior estão experimentando um melhor momento operacional. Os níveis de produção em junho foram fortes, e antecipamos mais avanços operacionais no segundo semestre, que apoiarão uma maior alavancagem operacional. Então acreditamos que os investidores não devem se preocupar demais com os resultados fracos do segundo trimestre”, escreveu o time liderado por Pedro Soares.

Segundo o TC Consenso, a PRIO deve reportar lucro líquido de R$963,5 milhões no segundo trimestre, recuo de quase 50% frente ao trimestre anterior, com EBITDA de R$1,79 bilhão, abaixo do R$1,81 bilhão computados de janeiro a março.

Apesar de uma produção “muito forte”, que aumentou 49% no trimestre, a PRIO decidiu segurar parte das vendas para o terceiro trimestre, o que prejudicou o balanço, destacou o BTG. “Mas acreditamos que a companhia tomou a decisão correta, de carregar estoques para mitigar os impactos do imposto sobre exportação, cobrado de fevereiro a junho”, afirmaram os analistas.

A 3R Petroleum tem lucro estimado em R$98 milhões, segundo TC Consenso, bem acima dos R$16 milhões do primeiro trimestre, disparada de mais de 500%. O EBITDA deve ficar em R$255,5 milhões, de R$155,5 milhões no período anterior.

“A 3R Petroleum divulgou produção média de 28,4 mil barris por dia no segundo trimestre, avanço sequencial de 37%. Esse aumento pode ser atribuído à incorporação de Potiguar, em 8 de junho, a um gradual aumento de produção em Macau e números melhores em Papa Terra”, escreveram analistas do Itaú BBA, projetando receita líquida recorde de R$775 milhões para a empresa, avanço anual de 25%.

Para a PetroReconcavo, o TC Consenso projeta lucro líquido de R$98 milhões, recuo de 50% frente ao trimestre anterior, com EBITDA de R$255,5 milhões, quase 25% menor em relação ao primeiro trimestre.

Os resultados e as margens da PetroReconcavo foram pressionados por restrições ao escoamento do gás em Potiguar, o que inflou custos de produção, mas sem gerar receitas, avaliou o Itaú BBA. Para o BTG, as restrições devem ser rapidamente endereçadas, e a empresa poderia estabilizar a produção no segundo semestre, o que permitiria revisar para cima projeções para os próximos resultados.

Para a Enauta, que fecha a lista das “juniors”, o Itaú BBA projeta lucro líquido de R$53 milhões, recuo de 81% ano a ano e de 55% em base trimestral, com a empresa também afetada por questões operacionais no campo de Atlanta. O EBITDA deve atingir R$244 milhões, despencando 44,5% em um ano e 28,6% ante os três meses anteriores.

A PRIO divulga os resultados hoje, após o fechamento dos mercados; a 3R Petroleum, em 8 de agosto. A PetroReconcavo a Enauta publicarão seus balanços em 10 de agosto.