São Paulo, 13/05/2025 – A Petrobras avalia que o novo cenário de preços do petróleo, com Brent hoje na casa dos US$65 por barril, é desafiador e demandará ´austeridade´, enquanto a Brava Energia reduzirá campanha de perfurações para lidar com o ambiente de mercado, segundo declarações da direção das empresas em teleconferência de resultados do 1T25.
Os preços da commodity recuaram com temores de desaceleração global, em meio às tensões geradas pelas medidas comerciais do presidente americano Donald Trump, e com decisões da Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) de acelerar retomada de oferta. Os sauditas buscam ´punir´ países do cartel que não estão cumprindo cotas de produção, segundo analistas.
“Devemos revisar nosso plano de negócios até 2030 considerando a necessidade de vencer esses austeros desafios. Com medidas de preservação de caixa, redução de custos e disciplina de capital”, disse a CEO da Petrobras, Magda Chambriard. Os investimentos da Petrobras, no entanto, estão mantidos e devem ser cumpridos.
“Estamos preocupados com esse momento, mas otimistas, tanto com a possibilidade de aumento de produção quanto com a resiliência da empresa”, disse o diretor financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo. O ´guidance´ de produção está mantido, em 2,8 milhões de barris de óleo equivalente diários para o ano.
Na Brava, a companhia decidiu postergar campanhas de perfuração em terra, pela instabilidade dos preços do Brent, disse o diretor financeiro, Fernando Pizarro.
“Até o início do 3T, estaremos sem nenhuma (nova) sonda de perfuração (onshore). A tendência de redução de CAPEX nos próximos trimestres é iminente, com redução tanto no onshore quanto no offshore”, explicou o CFO, em teleconferência.
A Brava vai manter planos de dois novos poços em Papa Terra e conexão dos últimos dois poços em Atlanta, ambos ativos offshore, mas tem flexibilidade em caso de deterioração adicional do mercado de petróleo.
“A gente tem como prioridade nos próximos meses de redução de custo e desalavancagem. Está mudando o foco da companhia, que vem de aquisição de ativos, de muito CAPEX, para um período de colheita desses resultados, especialmente Atlanta, mas também Papa Terra e ativos onshore, e Manati que está voltando”, comentou o CEO da Brava, Decio Oddone.
O CAPEX da Brava para 2025 está agora estimado em US$450 milhões, de US$952 milhões em 2024, quando Atlanta estava em fase final de entrega. “A partir do 3T25, não deve ter mais perfuração onshore em 2025. Então o CAPEX deve ter uma redução bem relevante no 3T e 4T”, disse Pizarro.
Os cortes não devem evitar que a Brava atinja 100 mil barris por dia no curto prazo, disse o novo diretor de exploração de produção da Brava, Carlos Travassos. Em abril, a Brava produziu recorde de 81 mil barris diários, e mais dois poços do novo
FPSO do campo de Atlanta devem começar a operar em 45 dias.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)