Petrobras (PETR4) deve revisar projeções para cima após produção recorde, dizem analistas

Especialistas se dividem entre recomendação neutra e de compra para o papel

Agência Petrobras
Agência Petrobras

Por: Bruno Andrade

A Petrobras (PETR4) deve revisar as suas projeções para cima após reportar recorde de produção e informar que está revisando seu “guidance”, disseram analistas ouvidos pela Mover nesta terça-feira.

A companhia atingiu a marca de produção diária de 3,98 milhões de barris de óleo equivalente (boe) no terceiro trimestre, alta de 7,8% na base sequencial; e registrou produção média diária de 4,1 milhões de boe em setembro, 6,8% superior ao registrado em agosto.

Para Paulo Luives, especialista da Valor Investimentos, o crescimento foi puxado por dois fatores. O primeiro foi o menor número de perdas causadas pela menor parada de produção para a manutenção das plataformas, que elevou a produtividade de modo geral.

“Outro fator foi o crescimento da produção no pré-sal da Bacia de Santos, especificamente nas plataformas Almirante Barroso e P-71”, acrescentou.

Segundo Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, os números mostraram que a Petrobras acabou sinalizando um período de robustez e crescimento contínuo na produção, o que pode ser crucial em relação aos riscos que a empresa pode enfrentar por causa das tensões no Oriente Médio.

“A habilidade da empresa em maximizar sua produção e eficiência será crucial para garantir sua posição no mercado internacional, e ela tem demonstrado uma forte resiliência, seja do ponto de vista “político” ou impacto econômico mundial”, comentou Lima.

Em meio a essa produção recorde, os analistas acreditam que o anúncio de revisão das projeções (guidance) feito pela companhia deve ser para cima.

“Se a produção operada permanecer no nível de setembro (4,1 milhões de boepd) ao longo do quarto trimestre, a produção do segundo semestre de 2023 poderá ser cerca de 4% superior ao que está implícito no guidance atual”, afirmaram os analistas do Safra em comentário enviado aos clientes.

Ainda assim, os especialistas se dividem sobre o futuro da ação. Enquanto o Safra olha para os temores de risco político do mercado e tem recomendação neutra e preço-alvo R$34,00, a Guide Investimentos recomenda compra com alvo em R$40,00.

“A empresa tem gerado muito caixa e tem distribuído ótimos dividendos. Além disso, o papel está barato na comparação com os pares e o risco de ingerência política diminuiu muito, por isso, vale a pena o risco”, explicou Mateus Haag, analista da Guide Investimentos.