Oi (OIBR3) entra em recuperação judicial, e ação sobe; como explicar?

Segunda recuperação judicial em 4 anos levanta nova tese de má-gestão

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Por Bruno Andrade

As ações da Oi (OIBR3) fecharam em alta de 3,7%, a R$ 1,11 nesta segunda-feira (22). O avanço acontece após a companhia anunciar, no último sábado (20), que entrou com o novo pedido recuperação judicial – o segundo pedido em quatro anos.

Segundo o documento, a companhia busca sanar suas dívidas de R$ 43,7 bilhões com a venda de ativos, como a banda larga (Oi Fibra), o negócio de conectividade e TI para empresas (Oi Soluções) e a V.tal. Além disso, a empresa pretende arrecadar R$ 4 bilhões em empréstimos.

Para Virgílio Lage, especialista da Valor Investimentos, a surpreendente alta decorre do fato de o mercado esperava algo pior – uma falência. “O mercado temia que a empresa poderia decretar a falência, já que ela já havia pedido recuperação judicial. Ou seja, isso tira o descrédito da própria falência”, disse.

Investidor deve vender as ações da Oi

O especialista comenta que o consenso da Valor Investimentos aponta que a maioria das casas de análises recomenda que o investidor deve vender ou se manter neutro em relação aos ativos da Oi. “O fato de a empresa estar em recuperação judicial e ter um grande caminho para sair dessa situação deixa o ativo classificado como alto risco, o que indica que o investidor deve passar longe do papel”, disse.

Ele comenta que a má gestão da empresa nos últimos anos deixou a companhia nessa situação. “A empresa pegou muitos empréstimos no BNDES e depois comprou a Brasil Telecom, que também possuía muitas dívidas, o que complicou a situação”, explicou Virgílio Lage.

Por fim, ele comenta que a falta de geração de caixa foi a pá de cal sobre a companhia, o que deu os últimos indícios de que a empresa não é uma boa opção para o investidor.” Sem gerar caixa, as dívidas viraram uma bola de neve e isso deixou a Oi em maus lençóis”, comentou.