Novo cenário de aperto monetário pressiona XP, que vê lucro cair no 4ºtri

A XP registrou lucro líquido de R$783 milhões entre outubro e dezembro, queda de 21% na base anual

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Por Artur Horta

A XP Inc. viu o lucro líquido recuar no quarto trimestre, em meio ao “novo cenário” de aperto monetário, que prejudicou a captação de recursos e novos clientes pela dona de uma das principais plataformas de investimentos do Brasil.

A XP registrou lucro líquido de R$783 milhões entre outubro e dezembro, queda de 21% na base anual, segundo balanço divulgado nesta quinta-feira, 16. Já a receita líquida da recuou 3% na mesma base, para R$3,18 bilhões, impactada principalmente por um menor faturamento com clientes institucionais, grandes empresas e mercado de capitais.

Após o balanço, as ações da empresa listadas na Nasdaq chegaram a derreter 7,49% no pós-mercado de Nova York, cotadas a US$14,70 perto da 20h35.

O CEO Thiago Maffra reconheceu que não sabe quanto tempo o aperto monetário vai durar no Brasil, mas disse que a XP está se “adaptando ao novo cenário”, segundo um trecho do balanço. “O acelerado aumento das taxas de juros decorrentes da persistente inflação desaceleraram o crescimento do Varejo, diminuindo a captação de novos recursos e abertura de novas contas”, acrescentou.

Maffra também disse reconhecer, “de forma humilde”, que o contexto favorável dos últimos anos influenciou o ritmo de expansão da companhia, “principalmente no aumento do número de funcionários, que foi amplamente facilitado pelos reflexos da pandemia”. O número de colaboradores, então, cresceu de tal forma que tornou-se incompatível com as dificuldades que a XP enfrentaria em 2022, segundo o executivo.

Com isso, a companhia deu início a um “abrangente ajuste”, que passou sobretudo por uma redução do quadro de funcionários. “Teremos uma estrutura de custos muito mais leve nos próximos trimestres e cuja implementação não comprometerá a qualidade de serviços ou a entrega do nosso plano estratégico”, afirmou Maffra

No lado positivo, a XP viu a receita de cartões crescer 172%, para R$234 milhões. Outros negócios que representam uma pequena porcentagem do faturamento total da empresa fundada por Guilherme Benchimol também aceleraram, como crédito e seguros.