Por Maria Luiza Dourado
A Lojas Renner registrou avanços nos principais indicadores do balanço do quatro trimestre, embora o lucro tenha ficado abaixo do consenso de analistas devido a impactos negativos da receita das operações de varejo, que tiveram vendas prejudicadas pelas baixas temperaturas e pelo fluxo menor de pessoas nas lojas durante as eleições a Copa do Mundo.
A receita operacional líquida da líder do varejo de moda de outubro a dezembro foi de R$4,01 bilhões, alta de 3,7% na comparação com o ano anterior. Na operação de varejo, a receita líquida caiu 0,2% na mesma comparação, para R$3,55 bilhões
A Renner explicou em relatório que os fatores que prejudicaram o quarto trimestre da sua operação de varejo foram as temperaturas mais baixas que o usual no início do trimestre e o menor fluxo de pessoas nas lojas em razão das eleições e evento da Copa do Mundo FIFA.
“Aliado a isso, o cenário macroeconômico mais difícil, com pressão inflacionária e maior endividamento das famílias, tem afetado o poder de compra e hábito dos consumidores”, justificou.
As vendas no conceito mesmas lojas caíram 2,5% no quarto trimestre, quando na comparação com mesmo período do ano anterior. No terceiro trimestre, elas haviam saltado 7,9% na mesma base de comparação, enquanto nos últimos três meses de 2021 o indicador avançava 18,9% na comparação anual.
No digital, o volume bruto de mercadorias subiu 6,1% na base anual, para R$551,6 milhões. As vendas online representaram 11,7% do total no período, alta de 0,7 ponto percentual na mesma comparação.
Já o lucro líquido da varejista de moda foi de R$481,8 milhões no quatro trimestre, aumento de 15,9% na base anual, mas abaixo do consenso de R$525,3 milhões da Refinitiv.
O lucro operacional da varejista, aferido pelo EBITDA Ajustado, cresceu 18,4% em um ano, para R$918,6 milhões.
Na Realize, braço financeiro da Renner, as perdas líquidas no serviço de crédito cresceram de 2,8% para 4,5% da carteira total em um ano, seguindo o cenário de inadimplência de mercado, segundo a companhia. A carteira total aumentou 32,2% ano a ano, para R$6,32 bilhões.