Interesse de Previ e Petrobras (PETR4) na Vibra (VBBR3) pode causar pressão compradora, diz BBI

Tal pressão só não ocorreria caso uma negociação em bloco

Agência Petrobras
Agência Petrobras

Por: Artur Horta

A potencial compra de fatia na Vibra Energia (VBBR3) pelo fundo de previdência dos funcionários do Banco do Brasil (BBSA3) (Previ) e a Petrobras (PETR4) poderia levar a uma pressão compradora nas ações ordinárias da maior distribuidora de combustíveis da América Latina, informou o Bradesco BBI.

Em relatório, analistas do banco traçaram possíveis cenários em que o governo utilize a Previ e a Petrobras para montar uma participação acionária na Vibra, conforme noticiou ontem o Scoop, o serviço de notícias exclusivas da Mover.

Segundo fontes que falaram à Mover, a ideia é comprar uma fatia próxima a 25%, o limite para ativar o “poison pill” da antiga BR Distribuidora.

No cenário em que as estatais comprem juntas uma fatia de até 25%, ou cada uma compre 24,99% da Vibra, “deve haver uma forte pressão compradora no mercado, levando a uma alta nas ações”, escreveu a equipe liderada por Vicente Falanga.

Tal pressão só não ocorreria caso uma negociação em bloco (block trade) fosse coordenada nos preços correntes, segundo o BBI.

O estatuto da Vibra estabelece que o acionista ou grupos de acionistas que atingirem uma fatia de 25% ou mais do capital social devem efetivar uma oferta pública para aquisição (OPA) de todas as ações, pagando no mínimo a maior cotação dos 18 meses anteriores acrescida de um prêmio de 15% – o que, nas contas do BBI, daria cerca de R$28,00 por ação ordinária da companhia.

Caso a Previ e a Petrobras adquiram separadamente uma fatia de 24,99% cada, poderia haver uma discussão legal sobre a OPA, a depender se a Previ é considerada parte do mesmo grupo econômico da Petrobras, ou seja, o governo. “Embora a Previ vote separadamente do governo em outras entidades, como a Eletrobras, algumas interpretações legais afirmam que ambos pertencem ao mesmo grupo econômico”, ressaltaram os analistas.

Nesse caso, é provável que haja uma disputa judicial pelos direitos de “tag along” dos acionistas, um mecanismo de proteção ativado quando ocorre uma troca de controle de determinada empresa. “Talvez seja mais fácil para o governo comprar a companhia inteira do que entrar em uma complicada batalha legal com a maioria dos acionistas da Vibra”, acrescentou a equipe.

As ON da Vibra encerraram o pregão de quinta-feira em queda de 1,22%, cotadas a R$16,95. No acumulado do ano, os papéis sobem 9,00%.