Intelbras mantém otimismo com negócio solar e vê queda de preço na China apoiar vendas

"Eu afirmo com muita convicção, esse mercado continuará extremamente interessante", disse Marcio Osli, diretor de Energia Solar da Intelbras

Intelbras/Divulgação
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Por: Luciano Costa

A Intelbras segue otimista com sua divisão de energia, focada na venda de equipamentos solares, mesmo com a entrada em vigor neste ano de uma nova regulamentação para esses sistemas, que, na prática, reduz subsídios à tecnologia, disse ao Scoop um diretor da companhia, que busca a liderança no setor.

A visão positiva da empresa de segurança, redes, comunicação e energia, que no ano passado comprou a fabricante solar Renovigi, ampliando a presença na área, explica-se em parte pelo aumento de produção da indústria fotovoltaica na China, que está derrubando preços, disse ao Scoop o diretor de Energia Solar da Intelbras, Marcio Osli.

Com o fim de medidas restritivas do governo chinês contra a Covid-19, o preço das placas solares desabou agora para cerca de US$0,21 por watt-hora, de 15% a 20% abaixo de setembro passado, afirmou Osli.

Embora uma lei com novas regras para sistemas de geração solar em casas ou empresas, conhecidos como geração distribuída, tenha entrado em vigor em janeiro, passando a cobrar alguns encargos dos quais estes eram isentos, a queda dos custos compensará esse efeito, segundo Osli, que ainda citou o menor patamar médio do dólar até agora no ano.

“Quando fazemos um comparativo entre 2021, 2022, e a compra hoje, afirmo com toda certeza que hoje o ´payback´ é melhor do que o de quem comprou antes, porque o preço do produto é o mais relevante”, disse Osli, em referência ao período estimado para retorno do investimento nas placas.

“O pessoal às vezes fica com aquele ranço de ´ah, agora vai taxar, a energia solar não é mais interessante, vai aumentar o ´payback´’. Eu afirmo com muita convicção, esse mercado continuará extremamente interessante”.

A Intelbras, que passou a investir em energia solar em 2019, viu a receita dessa divisão disparar 180% em base anual no terceiro trimestre, para R$385,6 milhões. Esses negócios passaram a representar 34% da receita do grupo, contra 18% no mesmo período de 2022 e 11% no final de 2020.

“Entramos nesse mercado e entramos para ficar. Queremos ser líderes no Brasil. Temos uma estrutura importante de vendas, distribuidoras. Acreditamos muito nas marcas Intelbras e Renovigi para dominar esse mercado nos próximos anos”, disse Osli, ao apontar que a companhia já está hoje entre os 10 principais nomes do setor no Brasil.

A concorrência pelas vendas de sistemas solares, no entanto, tem se acirrado no país, atraindo milhares de empresas. Diante desse cenário, a Intelbras aposta em revendas credenciadas espalhadas pelo Brasil e nos canais de venda próprios da Renovigi, que será mantida como uma marca à parte, inclusive com linha própria de equipamentos.

“Os parceiros da Intelbras e da Renovigi não são os mesmos”, disse Osli, revelando que um estudo realizado antes da compra da empresa, fechada por R$334 milhões, mostrou apenas 10% de possíveis sobreposições entre os mercados das companhias.