Por: Luciano Costa
A proposta da Eneva (ENEV3) para fusão com a Vibra Energia (VBBR3) foi relativamente bem recebida no mercado, e o fechamento do negócio parece depender apenas de um acerto sobre os termos financeiros da transação, principalmente por parte da Vibra, disseram à Mover duas fontes próximas do assunto.
A Eneva quer se unir à ex-BR Distribuidora para formar uma gigante de energia listada, na qual cada uma das companhias teria 50% das ações. A oferta, divulgada nesta segunda-feira, não é vinculante e tem duração de 15 dias.
“Acho que é uma questão de preço, achar o preço certo. É natural, tem que ter um vai e vem de ofertas”, disse à Mover uma fonte próxima de grupos de acionistas da Vibra, acrescentando que a primeira proposta “aparentemente não agradou”.
O racional da potencial transação, no entanto, faria sentido para as duas companhias, aproveitando a forte geração de caixa da Vibra e a carteira de projetos da Eneva para criar uma avenida de crescimento em negócios ligados à transição energética, como geração renovável, explicou a fonte.
“Do ponto de vista estratégico, a Vibra precisa diversificar os negócios”, explicou a fonte, lembrando que no longo prazo a tendência é de retração do mercado de combustíveis fósseis, com migração para fontes renováveis.
As chances de aprovação da transação são maiores porque a ideia surgiu “de cima para baixo” – a gestora Dynamo, que tem fatia tanto na Eneva quanto na Vibra, provocou seus sócios na geradora, e convenceu o BTG a tentar o negócio, disse uma terceira fonte.
“Mas o fato é… isso não é rápido. Agora está na mão da Vibra”, disse uma fonte que acompanha as operações, projetando que a fusão só não dará certo se houver algum problema “muito grande” nas negociações finais.
Em relatório divulgado hoje, a equipe do BB Investimentos avaliou que a fusão geraria vantagens para as empresas, mas alertou que a oferta deve “ser analisada com cautela pelos acionistas minoritários da Vibra”, sugerindo que para o negócio ser justo as condições oferecidas pela Eneva precisariam de uma ligeira melhora na chamada “relação de troca”.
A Eneva tem como principais acionistas o BTG Pactual (BPAC11), a empresa de investimentos Cambuhy e a Dynamo, enquanto os maiores sócios na Vibra são a Dynamo e o megainvestidor Ronaldo Cezar Coelho, por meio do fundo Samambaia, além da BlackRock.
Esta reportagem foi publicada primeiro no Scoop, às 18h43 do dia 27 de novembro, exclusivamente aos assinantes do TC. Para receber conteúdos como esse em primeira mão, assine um dos planos do TC.
(LC | Edição: Gabriela Guedes | Comentários: equipemover@tc.com.br)