São Paulo, 24/07/2024 – A fabricante de telhas Eternit está perto de concluir processo de recuperação judicial, após novo pedido de encerramento da proteção contra credores, que recebeu na noite de ontem aceno favorável do Ministério Público de São Paulo, segundo informações obtidas pela Mover com fonte que acompanha o caso.
A Eternit, que tem os megainvestidores Luiz Barsi e Lírio Parisotto entre os acionistas, recorreu à recuperação judicial em 2018, com dívidas de mais de R$300 milhões, citando impactos da crise econômica de 2015-16 sobre a construção civil e da proibição do uso do amianto pelo Supremo Tribunal Federal, que afetou receitas e disponibilidade de crédito para o grupo.
A companhia solicitou o fim do processo agora em maio, depois de fechar acordo com credores de dívidas trabalhistas, e o Ministério Público informou ontem que “não se opõe ao encerramento da recuperação judicial”, de acordo com documento judicial obtido com uma fonte.
Se receber aprovação final para sair do processo, a Eternit avalia que conseguirá voltar a assinar novos contratos e captar clientes, uma vez que a situação de proteção contra credores a colocava na “lista negra” de órgãos de proteção de crédito.
Procurada, a Eternit informou que não irá se manifestar sobre o processo “até a oficialização do juiz”.
Nos últimos anos, tentando se reerguer, a Eternit investiu no desenvolvimento de uma tecnologia de ´telhas solares´, equipadas para geração fotovoltaica, além de uma nova unidade de fibrocimento no Ceará, que já está em produção.
Nos últimos 12 meses, as ações da Eternit acumulam desvalorização de 40%, com perdas de 27,5% neste ano.
Os papéis, no entanto, ainda seguem bem longe do pico de mais de R$29 tocado em maio de 2021, quando a empresa acabava de levantar R$110 milhões em novos recursos com os acionistas, incluindo o megainvestidor Luiz Barsi, que pouco depois vendeu parte dos papéis na empresa.
Atualmente, Barsi ainda tem fatia relevante na Eternit, com 5,64% das ações. O fundo do bilionário Lirio Parisotto também possui o papel, com 8% do capital. O fundo D+1, gerido pelo BTG, é o maior acionista, com 26,7%.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)