Por Sheyla Santos
O CEO da Braskem (BRKM5), Roberto Bischoff, deixou o Ministério da Fazenda, onde se reuniu com o ministro Fernando Haddad (PT), negando ter discutido sobre um possível acordo entre a empresa e o governo de Alagoas ou sobre o processo de venda do controle acionário que enfrenta ou o risco de voltar a ser estatal.
O conglomerado J&F já mostrou interesse e a oferta de R$10 bilhões é tentadora, mas a Petrobras tem o direito de preferência. Se a petroleira entrar no páreo, o controle acionário da Braskem pode voltar para União, tornando a petroquímica estatal.
Além disso, a empresa é responsável pelo afundamento de solo em bairros de Maceió (AL), por conta da extração indevida em jazidas de sal-gema na região e enfrenta processos na Justiça e a ameaça de ter a negociação acionária proibida por uma liminar que tramita no Tribunal de Contas da União.
Mesmo assim, Bischoff disse que o encontro com o ministro da Fazenda foi apenas para discutir o atual ciclo de baixa vivido pela indústria petroquímica.
“Tudo o que está acontecendo é especulação”, disse ao sair do ministério, após ser questionado se havia discutido com Haddad sobre um possível acordo com o governo de Alagoas, para viabilizar a venda.
Segundo o executivo, a pauta discutida com o ministro da Fazenda na tarde de hoje ignorou todos os temas polêmicos. “A indústria petroquímica vive momento de ciclo de baixa e está se enchendo de competição de produtores de base gás [natural], enquanto a nossa é uma indústria de base nafta”, afirmou.