Por Reuters
A norueguesa Equinor anunciou nesta sexta-feira que fechou acordo com a Denham Capital para adquirir a geradora de energia Rio Energy, se juntando ao grupo de petrolíferas que buscam acelerar o desenvolvimento de projetos renováveis e apostam na descarbonização de seus negócios no Brasil.
A operação, cujo valor não foi informado, envolve parte dos ativos da Rio Energy – a Denham Capital manterá alguns deles. Após a transação, a Equinor será detentora de 100% da Rio Energy, mantendo a atual diretoria e um total de 140 funcionários.
O portfólio adquirido pela Equinor é constituído pelo parque eólico onshore Serra da Babilônia 1, com 200 megawatts (MW) de capacidade instalada, além de 600 MW em usinas solares em pré-construção e mais 1.200 MW em projetos solares e eólicos onshore, afirmaram as companhias em comunicado ao mercado.
A Equinor disse estimar que a carteira adquirida traga uma taxa de retorno na faixa superior dos 4% a 8%, em termos reais, estimados para projetos de energias renováveis, incluindo o preço de aquisição.
A petrolífera acrescentou que a energia produzida pela Rio Energy será comercializada no mercado através da Danske Commodities, seu braço de “trading” de energia, que iniciou atividades no Brasil em abril deste ano.
“Através da Rio Energy, a Equinor assumirá uma posição de relevância no setor brasileiro de energia renovável, um setor robusto e em rápido crescimento”, afirmou em nota Pål Eitrheim, vice-presidente executivo para energias renováveis da Equinor.
“A Rio Energy nos permitirá acelerar a geração de energia renovável e, consequentemente, o fluxo de caixa”, acrescentou o executivo.
A petrolífera norueguesa já possui uma série de empreendimentos renováveis no Brasil.
Na fonte solar, detém o complexo Apodi (162 MW), no Ceará, operado pela Scatec desde 2018. Também está investindo 430 milhões de dólares, junto com Scatec e Hydro Rein, na construção do projeto solar Mendubim (531 MW), no Rio Grande do Norte, que fornecerá energia para a refinaria de alumina Alunorte.
Em eólicas, a Equinor até então vinha explorando principalmente potenciais projetos offshore. Em março, anunciou uma parceria com a Petrobras para estudar a viabilidade de sete projetos de eólicas no mar, que poderiam chegar a uma capacidade total de 14,5 gigawatts (GW).
DESCARBONIZAÇÃO
A operação anunciada nesta sexta-feira segue o movimento da indústria mundial de óleo e gás de descarbonizar seus negócios e acelerar a transição energética.
A francesa TotalEnergies anunciou no ano passado a criação de uma joint venture avaliada em 12,6 bilhões de reais com a brasileira Casa dos Ventos, enquanto a portuguesa Galp divulgou acordos para aquisição de até 4,8 GW em projetos renováveis no Brasil.
A Petrobras também vem avaliando aumentar sua presença no setor de renováveis, demonstrando interesse principalmente em projetos eólicos offshore e no desenvolvimento de novas tecnologias como o hidrogênio verde.
Fora do Brasil, a Equinor disse ter adquirido várias empresas de energias renováveis nos últimos anos, como a Wento na Polónia, a BeGreen na Dinamarca, a Noriker Power no Reino Unido e a East Point Energy nos EUA.