Grupo vê negócio similar ao setor elétrico

Equatorial Energia divulga estratégia para Sabesp após vencer disputa em privatização

O governador José Serra participa da inauguraÌao da estaÌao de tratamento de agua e assinatura do contrato para execuÌao das obras do sistema integrado de esgotos sanitarios para os municipios de Campo Limpo Paulista e Varzea Paulista + descerramento da placa de inauguraÌao da estrada vicinal que liga Campo Limpo Paulista a SP-354.

30.06.2009
Campo Limpo Paulistao-SP
Foto: Gilberto Marques/Governo do Estado de SP
O governador José Serra participa da inauguraÌao da estaÌao de tratamento de agua e assinatura do contrato para execuÌao das obras do sistema integrado de esgotos sanitarios para os municipios de Campo Limpo Paulista e Varzea Paulista + descerramento da placa de inauguraÌao da estrada vicinal que liga Campo Limpo Paulista a SP-354. 30.06.2009 Campo Limpo Paulistao-SP Foto: Gilberto Marques/Governo do Estado de SP

Por: Luciano Costa

São Paulo, 02/07/2023 – A Equatorial Energia divulgou hoje estratégias para extrair valor da Sabesp nos próximos anos, após vencer disputa do governo paulista para se tornar o novo sócio de referência da estatal de saneamento, em processo de privatização.

Em apresentação a investidores, a Equatorial disse que a Sabesp será o veículo exclusivo do grupo para expansão em saneamento, e que 15 times internos avaliaram a empresa com apoio de assessores externos para identificar oportunidades de ganhos.

Para pagar pelo negócio, avaliado em R$6,86 bilhões, ou R$67 por ação da Sabesp, a Equatorial garantiu um financiamento-ponte com prazo de 18 meses, e agora avalia “diversas alternativas” para financiamento de longo prazo.

A Equatorial também comentou que pretende reduzir custos operacionais na Sabesp com um plano de demissão voluntária, otimização de benefícios e estrutura organizacional, e que vê “potencial para otimização da estrutura de capital com maiores distribuições aos acionistas”.

Com negócios em distribuição, transmissão e geração de energia, a Equatorial avalia ainda que o modelo de revisão tarifária da Sabesp é “muito similar” ao de suas concessionárias de eletricidade, o que favorecerá sua atuação.

Como nova acionista de referência na Sabesp, com 15% da empresa, a Equatorial terá o direito de indicar o CEO e três membros do conselho, incluindo o presidente. O governo de São Paulo seguirá como importante acionista.

ESTRATÉGIA

Na apresentação ao mercado, a Equatorial colocou a “oportunidade Sabesp” como “uma das maiores plataformas de saneamento do mundo”, ou a segunda maior em receita líquida, e apontou ainda que buscará algumas sinergias com seus negócios no setor elétrico.

O grupo inclusive colocou a otimização dos custos da Sabesp com energia entre suas prioridades, projetando “acelerar o plano de transição energética” da empresa e “antecipar projetos de geração distribuida”, com redução das despesas associadas “através da capacidade da Equatorial”.

A Equatorial também pretende avaliar novos negócios em saneamento, tanto em São Paulo quanto em outras regiões, avaliando que a Sabesp “é a plataforma melhor posicionada para buscar oportunidades de crescimento inorgânico” no setor.

A companhia listou entre oportunidades leilões de concessões de saneamento na Paraíba, Pernambuco, Pará e Goiás previstos para ao longo do ano que vem, além de projetos em consulta pública e em fase de licitação em São Paulo.

A Equatorial, uma das queridinhas do mercado financeiro no setor elétrico, começou seus negócios em 2004, com a concessão de distribuição de energia no Maranhão, adquirida de um grupo em dificuldades pelo valor simbólico de R$1. Em 2012, o grupo expandiria para o Pará, adquirindo a Celpa, também por R$1, junto ao combalido Grupo Rede, que depois entrou em recuperação judicial.

Desde então, a Equatorial aproveitou privatizações da Eletrobras e de governos estaduais para avançar para Piauí, Alagoas, Amapá e Rio Grande do Sul, além de ter fechado a aquisição da distribuidora privada Celg, de Goiás, e da geradora renovável Echoenergia. Em saneamento, a empresa é sócia de uma concessão no Amapá, e estuda o setor há cinco anos