Em documento enviado à SEC, Embraer (EMBR3) critica instabilidades política e macroeconômica no Brasil

Entenda os temores da Embraer em relação ao cenário macro

Pixabay
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A Embraer (EMBR3) afirmou, nesta sexta-feira (31), que a instabilidade macroeconômica da economia brasileira pode atrapalhar o valor de suas ações. Em documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC), a Embraer diz ainda que o ambiente político do país continua a gerar incertezas sobre a economia e os mercados. Segundo o documento, o governo intervém frequentemente na economia e faz “mudanças drásticas” para controlar a inflação.

“Nossos negócios, situação financeira, resultados operacionais e o preço de negociação das ações ordinárias e ADSs podem ser prejudicados por mudanças políticas ou alguma regulamentação no nível federal, estadual ou municipal”, disse a Embraer.“Essas incertezas e outros desenvolvimentos futuros no cenário brasileiro…podem afetar adversamente nossas atividades e, consequentemente, nossos resultados operacionais, podendo, também, afetar adversamente o preço de negociação de nossas ações ordinárias e as ADSs”, explicou a Embraer.

A Embraer lembrou a recessão prolongada da economia brasileira como agravantes da instabilidade pela qual passaria o Brasil. “Esses fatores são agravados à medida que o Brasil sai de uma recessão prolongada após um período de desaceleração da recuperação, com contração do PIB em 2020 e pequeno crescimento em 2021 e 2022”,  concluiu a Embraer.

A Embraer não citou expressamente uma eventual dificuldade do governo para aprovar o novo arcabouço fiscal, apresentado na última quinta-feira pelo governo Lula. Tampouco mencionou o nome da operação Lava Jato. Mas dedicou um parágrafo sobre cada um dos assuntos, associando-os a fatores de instabilidade.

“Incertezas sobre a capacidade de o governo de implementar mudanças legais ou de regulamentos criam instabilidade e crescente volatilidade no mercado de ações brasileiro”, diz o documento.

Quanto à Lava Jato, a Embraer, que nunca foi envolvida no escândalo, diz que a operação teve “um efeito adverso na imagem das empresas implicadas e na percepção geral do mercado na economia brasileira.”

Veja o documento: