Por: Luciano Costa
Os resultados da Eletrobras no terceiro trimestre superaram em geral as projeções do mercado, beneficiados por ganhos de eficiência e acordos judiciais que só foram possíveis após a privatização da companhia, disseram analistas.
A maior elétrica da América Latina registrou lucro líquido de R$1,48 bilhão no período, acima do TC Consenso de R$1,32 bilhão e revertendo perdas de R$88 mil há um ano atrás, embora com queda de 15% frente aos três meses anteriores.
Os papéis da Eletrobras caíam 0,82%, a R$37,40 por volta das 13h42 min, enquanto o Índice Bovespa caia 0,20%, a 119,027 mil pontos.
Para a equipe do TC Matrix, as receitas da Eletrobras ficaram abaixo do esperado, devido ao recuo na produção de energia, mas isso foi compensado pela queda nas despesas administrativas e reversão de provisões.
“Apesar do fraco desempenho na geração, avaliamos que este é mais um balanço em que a melhoria da eficiência pós privatização começa a ser refletida nos resultados. A empresa segue entregando apesar dos ruídos políticos e dos baixos preços de energia observados atualmente”, escreveu em relatório o analista Arlindo Souza.
O resultado da Eletrobras também superou projeção do Santander Corporate & Investment, que apontava para lucro líquido de R$1,2 bilhão, embora a receita tenha ficado abaixo dos R$9 bilhões previstos pelo banco.
A Eletrobras destacou ter visto uma redução de 14% em base anual dos custos recorrentes com pessoal, material, serviços e outros, o chamado PMSO.
A companhia também reverteu R$515 milhões em provisões no período, na comparação com provisionamento de R$874 milhões há um ano, principalmente por conta de acordos judiciais sobre processos relativos ao chamado empréstimo compulsório – disputa herdada dos tempos de estatal.
Depois da privatização, a maior elétrica da América Latina passou a poder negociar acordos sobre esses passivos, o que gerou reversão de provisões de R$418 milhões somente no terceiro trimestre.
A Eletrobras também aumentou o poder de fogo para investimentos depois da desestatização, concluída em junho passado, com aportes de R$1,86 bilhão entre julho e setembro, salto de 88% frente a mesmo período de 2022. Na comparação com o trimestre anterior, houve aumento de 34%.
(LC | Edição: Artur Horta | Comentários: equipemover@tc.com.br)