Elétricas 2W Energia e CTG preparam pedidos de IPO nos próximos meses, dizem fontes

Movimento pode abrir o ano para os IPOs no país, após um 2022 em que nenhuma companhia conseguiu se aventurar no mercado

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Por: Luciano Costa

A 2W Energia e a CTG Brasil estão preparando pedidos para ofertas iniciais de ações na B3, disseram ao Scoop quatro fontes com conhecimento das operações. O movimento pode abrir o ano para os chamados IPOs no país, após um 2022 em que nenhuma companhia conseguiu se aventurar no mercado, em meio à turbulência da eleição mais polarizada da história nacional.

Com apostas em uma tese de geração renovável e venda de energia limpa a pequenas e médias empresas no mercado de varejo de eletricidade, a 2W quer protocolar os documentos necessários nos próximos meses, possivelmente em abril, de acordo com duas das fontes que falaram ao Scoop, todas sob a condição de anonimato, devido ao sigilo das conversas.

A CTG, veículo no Brasil da China Three Gorges, opera principalmente grandes hidrelétricas e agora está investindo em novos projetos eólicos. A companhia quer fazer o IPO “em breve, abrindo a primeira janela”, disse uma das fontes, que acompanha a potencial transação.

Procurada, a 2W disse ao Scoop em nota que está “estudando diferentes oportunidades de captação de recursos e reforço da estrutura de capital, inclusive por meio de uma oferta pública de ações, a depender das condições de mercado”. A CTG não comentou.

Para uma das fontes, a definição dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, com vitórias de nomes apoiados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ajuda a criar uma maior estabilidade. “A menos que a economia tenha deterioração, acho que IPOs voltam, estou um pouco mais otimista”.

Outras duas fontes, no entanto, avaliam que o cenário ainda é de incertezas, o que poderia dificultar os planos principalmente da 2W, que tem dívida elevada e uma tese mais arrojada, focada em vendas no chamado mercado livre de energia.

A 2W, por sua vez, disse em nota que bancos têm comentado sobre o maior apetite de fundos de investimento no país por ações do setor elétrico, “por serem mais defensivas”, o que poderia favorecer um IPO.

“O CEO da B3, por exemplo, disse esperar que se abra uma janela no mercado local ainda esse semestre. Além disso, os dados mais recentes mostram que investidores internacionais estão comprando bolsa brasileira, o que também pode contribuir na formação da futura base de acionistas da 2W”, acrescentou a companhia.

A CTG chegou a entrar com um pedido de análise para um IPO em 25 de novembro. No documento, a empresa informou que os recursos da oferta seriam usados para a construção de projetos renováveis e pagamento de dividendos.

Após um 2021 recorde, com R$65,6 bilhões movimentados em novas ofertas, a bolsa brasileira atravessou o ano passado sem nenhum IPO, embora ofertas subsequentes tenham girado R$57,7 bilhões, segundo dados da B3.