Crise da Enel em SP não deve travar privatização da Sabesp, diz CEO

Salcedo estima que empresa deve deixar de ser estatal em julho de 2024

Fecbook/Sabesp
Fecbook/Sabesp

Por Bruno Andrade

Polêmicas e debates políticos gerados pela crise enfrentada nos últimos dias pela Enel, diante da queda de energia para milhões de clientes em São Paulo, após forte vendaval na semana passada, não devem travar a privatização da Sabesp (SBSP3), disse o presidente da companhia de saneamento paulista, André Salcedo, em coletiva com a imprensa e analistas do mercado nesta sexta-feira (10).

A fala veio após questionamento do Faria Lima Journal (FLJ) sobre a comparação do provável modelo de privatização da Sabesp com o da antiga Eletropaulo. A oposição ao governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que a provável desestatização da Sabesp deixaria a empresa com a mesma morosidade de solução de problemas que a privada Enel, mas o presidente da companhia de saneamento descartou essa possibilidade.

“A privatização da Sabesp terá uma regulação robusta e a empresa fará um planejamento para evitar o desabastecimento de água após qualquer evento climático que provoque uma restrição hídrica”, disse Salcedo.

O CEO da estatal comentou ainda que a empresa tem um projeto de dessalinização de água em São Sebastião, e que esse método de extração de água tende a evitar qualquer problema de falta de abastecimento.

“O projeto de dessalinização no litoral de São Sebastião deve proteger a empresa já privatizada e o consumidor de qualquer crise hídrica, o que tende a retirar qualquer receio em relação a venda da estatal”, explicou. Ele ainda disse acreditar em uma oferta de ações para a venda da empresa até julho de 2024.

Enel retoma fornecimento total uma semana após incidente

A concessionária que cuida da energia elétrica na cidade de São Paulo e na região metropolitana, a italiana Enel, restabeleceu toda a energia aos consumidores nesta sexta-feira (10), uma semana depois após o temporal, com ventos de 100 quilômetros por hora, atingir São Paulo.

Em nota, a empresa privada afirmou que a força dos ventos danificou de forma severa a rede de distribuição, deixando, no momento inicial, 2,1 milhões de clientes sem energia. A Enel comentou que reconstruiu 140 quilômetros de rede, bem mais do que a distância entre a capital e Campinas.

“Pedimos nossas sinceras desculpas a todos os clientes que demoraram a ter a energia restabelecida em suas casas. A energia é um bem essencial à sociedade e temos consciência dos transtornos que um evento dessa magnitude causa às pessoas”, disse, em nota, o presidente da Enel São Paulo, Max Xavier Lins.