BTG e BBA vêem gatilho para ações

Copel aprova esperada nova política de dividendos e amplia proventos

Copel aprova esperada nova política de dividendos e amplia proventos
Copel

São Paulo, 09/05/2025 – A Copel aprovou uma nova política de dividendos, movimento amplamente aguardado por analistas de mercado, que viam potencial para valorização das ações da empresa com o anúncio, efetivado na manhã desta sexta-feira.

Privatizada em 2023 pelo governo do Paraná, comandado por Ratinho Jr, que mantém uma fatia minoritária na empresa, a Copel agora distribuirá proventos de no mínimo 75% do lucro líquido, enquanto a prática anterior previa no máximo 60% de “payout”, nível que só era alcançado com o balanço bastante desalavancado.

Agora, a Copel buscará manter a alavancagem em nível maior, de 2,8x, com tolerância de 0,3x para mais ou para menos, ante 2,3x no primeiro trimestre, segundo estrutura ótima de capital aprovada junto com a política de dividendos.

“A Nova Política de Dividendos proporcionará mais transparência e previsibilidade do fluxo de pagamentos de
proventos aos acionistas”, disse a Copel, acrescentando que serão feitos dois pagamentos por ano.

Até então, a Copel distribuía 25% do lucro quando a alavancagem estava acima de 2,7%, e 50% quando o indicador estava entre 1,5x e 2,7x. Os proventos podiam chegar a 65% de payout com alavancagem abaixo de 1,5x.

Na expectativa pelo anúncio, as ações da Copel fecharam ontem em máxima histórica de R$10,99, com avanço de 38,5% no acumulado deste ano e de 37% em 12 meses.

ANALISTAS ESPERAVAM

Em relatórios recentes, a equipe de analistas do BTG apontou que a Copel deveria aprovar uma nova política de proventos e que o evento deveria ser um gatilho para as ações, com esperanças de que a elétrica pudesse pagar até 100% do lucro em dividendos nos próximos anos.

Nas contas do BTG, com payout de 100%, a Copel poderia pagar cerca de 7% de dividend yield este ano, 8,9% em 2026, 10,8% em 2027 e 12,7% em 2028. No ano passado, ela pagou 7,4% de yield.

O time do Itaú BBA também apontou expectativas positivas para a nova política de dividendos da Copel e os resultados, divulgados ontem, colocando a notícia como potencial fator de valorização das ações.

A Copel reportou lucro líquido recorrente de R$567 milhões no 1T25, aumento de 6% na comparação anual, acima do projetado pelo BTG, de R$439 milhões. O resultado operacional medido pelo EBITDA avançou 24% a/a, para R$1,7 bilhão, com EBITDA recorrente de R$1,5 bilhão, ante projeção de R$1,4 bilhão do BTG.