Cielo cai na bolsa apesar de balanço elogiado por analistas

Banco do Brasil destaca queda na base de clientes

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Por Luciano Costa

As ações da Cielo (CIEL3) caíam mais de 2% nesta sexta-feira na B3, após a divulgação do balanço do quarto trimestre que trouxe números favoráveis, porém, alguns destaques negativos na opinião de analistas. A equipe do Banco do Brasil ressaltou a queda na base de clientes, e o Santander, a desaceleração do volume capturado no período.

A maior adquirente do país registrou lucro recorrente de R$490 milhões entre outubro e dezembro, salto de 63% na base anual, com maior volume capturado nos pagamentos com cartões, crescimento do rendimento das operações e controle de custos. O lucro líquido foi de R$328 milhões, recuo de 2,6% ante mesmo período do ano anterior.

A base de clientes ativa da empresa, porém, recuou 12,45% na comparação anual, e houve ainda a redução da representatividade de produtos de prazo em relação aos volumes transacionados, de cerca de 1 ponto percentual no ano, destacaram analistas do BB, sobre o “lado negativo” do balanço.

As ações ordinárias da Cielo caíam 2,65% na B3 por volta das 12h07, a R$5,15, enquanto o índice Ibovespa recuava 1,2%. O índice do setor financeiro, IFNC, operava em queda de 1,5% no mesmo horário.

O resultado recorrente da Cielo ficou 3% abaixo das estimativas do Santander Investment Banking, enquanto o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, EBITDA, ficou em linha com o previsto.

“A desaceleração do volume capturado foi maior do que esperávamos; embora tenha crescido 11% ano a ano, desaceleraram frente à alta de 23% do terceiro trimestre”, escreveu a equipe do Santander em relatório. Os volumes totais da Cielo Brasil entre outubro e dezembro atingiram R$231 milhões, alta de 5% sobre o terceiro trimestre, mas 3% abaixo das estimativas do Santander.

A equipe do Goldman Sachs, porém, teve visão positiva sobre o balanço, destacando “receitas em geral em linha com as expectativas, com tendências saudáveis para Cielo Brasil e Cateno”. O lucro recorrente ficou 10% acima da projeção do banco americano, que ressaltou que os “custos e despesas se mantiveram sob controle”.

Analistas do BB também viram o resultado em linha com as expectativas, destacando o “bom controle de custos” e “forte desempenho da Catano”, joint venture da Cielo com o BB para atuar na gestão de meios de pagamento.