Cemig (CMIG4): Descubra os motivos que podem fazer a ação cair, segundo o Santander

Analistas mantém recomendação neutra para o papel

Reuters News Brasil
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Por Bruno Andrade

As ações da Cemig (CMIG4) podem cair cerca de 1,4% até o final de 2023, mostra relatório divulgado pelo Santander nesta segunda-feira (29). O banco calcula que o papel da companhia elétrica deve encerrar o ano cotado a R$ 11,87. Todavia, as ações da elétrica mineira fecharam o pregão de sexta-feira (26) cotadas a R$ 12,03, o que implica em queda eminente para o papel.

Segundo a instituição financeira, os riscos para investir na Cemig estão atrelados à três fatores

  • Exposição a preços de energia de longo prazo e déficit hídrico
  • Renovação da concessão
  • Possíveis retrocessos no processo de privatizações, que está em tratativas desde 2019

Os analistas também disseram que a revisão tarifária da Aneel foi muito positiva para a companhia, mas que o valor já era esperado por boa parte do mercado. Na última terça-feira (23), a Aneel aprovou a revisão periódica das tarifas da Cemig, com uma alta de 13,27%, em média, para os consumidores da concessionária estatal de Minas Gerais.

“Acreditamos que os investidores já anteciparam os impactos, pois os números ficaram em linha com a proposta preliminar da Aneel”, disseram Andre Sampaio, Guilherme Lima e Julia Zaniolo, que assinam o relatório.

Sendo assim, os Santander manteve sua recomendação de neutra para o papel, indicando que o investidor não deve comprar as ações agora, visto a turbulência de médio prazo que o ativo pode passar.

Entenda os novos valores da Cemig

As novas tarifas, que passaram a vigorar em 28 de maio, possuem efeitos distintos por classes de consumidores. Aqueles ligados em baixa tensão perceberão um aumento tarifário de 15,55%, sendo que, para os consumidores residenciais, a alta é de 14,91%. Já consumidores ligados em alta tensão terão impacto de 8,94%.

No processo de revisão tarifária periódica, mais complexo que o reajuste anual, a agência reguladora corrige as tarifas das distribuidoras após uma avaliação de custos da distribuição (“parcela B”), metas de qualidade e de perdas de energia, entre outros fatores.

No caso da Cemig, as tarifas sofreram alta principalmente de encargos setoriais e da retirada de componentes financeiros que haviam aliviado as tarifas no processo de revisão anterior.

A Aneel também definiu novos parâmetros para os indicadores de qualidade da prestação de serviços pela Cemig. Para o DEC, que mede a duração de interrupções no fornecimento de energia, os limites estabelecidos caem progressivamente de 9,64 horas em 2024 a 8,78 horas em 2028. Já para o FEC, que mede a frequência das interrupções, os limites se reduzem de 5,97 vezes no ano que vem para 4,94 vezes em 2028.

(Com informações da agência Reuters)