Empresa também busca sócios para plataformas

CCR avalia leilões, e BofA vê ´poder de fogo´ para R$14 bi em projetos

CCR avalia leilões, e BofA vê ´poder de fogo´ para R$14 bi em projetos

São Paulo, 30/07/2024 – O grupo de concessões CCR tem avaliado diversos leilões em preparação pelo governo, disse hoje o presidente-executivo Miguel Setas, e analistas do Bank of America projetam que a empresa teria capacidade para disputar projetos de até R$14 bilhões.

Somente neste ano devem ser realizadas mais cinco licitações de rodovias, apontou o time do BofA em relatório sobre a CCR, apostando que a companhia poderia aproveitar para arrematar dois ou três novos projetos, que poderiam destravar entre R$0,7 e R$1,60 por ação em valor — os papéis da empresa operavam hoje a R$12,19.

A CCR divulgou ontem resultados do 2T em geral em linha com o previsto, mostrando alavancagem praticamente estável, em 3x, o que segundo os cálculos do BofA garantiria à empresa um “poder de fogo” para disputar concessões com investimentos previstos de até R$14 bilhões.

Em teleconferência com investidores, Setas disse a Nova Raposo é uma das prioridades, assim como a Rota Sorocabana, por serem ativos nos quais o grupo teria vantagens competitivas devido ao conhecimento dos negócios.

O BofA estima um CAPEX de R$8,7 bilhões para a Rota Sorocabana, que deve ir a leilão em 30 de outubro, e de R$7,1 bilhões para a Nova Raposo, com licitação em 28 de novembro.

“A estratégia é seletiva para os próximos leilões. O pipeline de oportunidades é muito vasto, e estamos naturalmente fazendo seleções. No ano passado fomos muito seletivos, e assim será também para os próximos leilões”, disse Setas, na teleconferência.

PARCEIROS

O presidente da CCR também reiterou que o grupo buscará parceiros para suas plataformas de negócios em mobilidade urbana e aeroportos, visando destravar valor dos ativos.

“Essa agenda permanece válida, estamos em fase preparatória”, disse Setas. “Estamos trabalhando na identificação de potenciais parceiros estratégicos ou financeiros”.

Ele também revelou estratégia de dobrar receitas ´complementares´ da CCR nos próximos anos, com negócios que aproveitam o espaço e infraestrutura de seus ativos, como varejo, real estate e publicidade. Essas receitas são de 6% a 7% do total, mas geram margem EBITDA acima de 90%, explicou Setas.

“O EBITDA do negócio principal está crescendo dígito único alto, e as receitas complementares podem estar crescendo dois dígitos nos próximos anos”, afirmou Setas.

O CEO, que por anos liderou o grupo português EDP no Brasil, assumiu o cargo em 2023, em meio a uma reestruturação da CCR, depois que o grupo que tem a Mover (ex-Camargo Corrêa) como investidor recebeu como novos acionistas o Votorantim e a Itaúsa.

(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)