Carrefour (CRFB3): O que o investidor deve fazer após empresa ter resultado ruim?

Analistas se dividem sobre recomendação, mas concordam que cenário não é bom

Facebook/Carrefour
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Por Bruno Andrade

Carrefour (CRFB3) teve um resultado muito abaixo do esperado pelo mercado, disseram os analistas da Genial Investimentos, Santander e BTG Pactual em relatórios divulgados nesta quarta-feira (03). Por volta das 12h59min, o mercado penalizava o ativo com queda de 8,05%, a R$9,60.

Os especialistas da Genial disseram que esperavam algo ruim, mas os números apresentados foram muito piores.

“Mesmo adotando uma postura mais pessimista em relação ao mercado, o resultado reportado nos surpreendeu negativamente, com a companhia apresentando um prejuízo líquido ajustado 3,5 vezes maior que o estimado”, afirmaram Iago Souza, Vinicius Esteves e Nina Mirazon, que assinam o relatório da Genial.

Para os analistas do Santander, a lucratividade foi pressionada por causa da integração do grupo Carrefour com a rede de supermercados Big. “O prior desempenho ficou com o banco Carrefour (CSF), que teve queda de 73% no Ebitda”, explicaram Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo.

Já o BTG Pactual pontua que as vendas das mesmas lojas da divisão de alimentos cresceu 5,5% na comparação anual. “No entanto, o número ficou 1,6 ponto percentual abaixo das nossas expectativas, que eram de 7,1%”, comentaram Luiz Guanais e Gabriel Disselli.

O que fazer com as ações do Carrefour?

Enquanto os analistas concordam o resultado do Carrefour foi frustrante, eles se dividem sobre o futuro da ação.

Os especialistas da Genial Investimentos ficaram tão decepcionados com o número que rebaixaram a recomendação para a ação.

“Após resultados bem mais fracos que o esperado e dada a visibilidade de continuidade de pressão no ativo durante o primeiro semestre de 2023, estamos rebaixando a recomendação de Carrefour de compra para manter, com preço-alvo de R$ 17,00 para o final de 2023”, explicaram.

Já o BTG Pactual possui recomendação de compra com preço-alvo de R$ 21, potencial alta de 95,3% na comparação com fechamento de terça-feira (02). Todavia os analistas comentaram que devem “rever essas estimativas em breve”.

“O papel deve ser pressionado por causa do cenário macroeconômico, com alta de juros e inflação dos alimentos, por isso, o investidor deve ter cautela”, explicaram Luiz Guanais e Gabriel Disselli, que assinam o relatório do BTG.

Por fim, o Santander classifica a ação do Carrefour como outperform, desempenho acima da média do mercado, o que é equivalente a compra. O preço-alvo é de R$ 20, o que implica em uma alta de 91,5%.

“Nosso preço-alvo é baseado no custo médio de capital, que está em apenas 11,2%, o que torna a ação descontada e atrativa para o investidor”, concluíram os analistas do Santander Ruben Couto, Eric Huang e Vitor Fuziharo.