Brasil cria 2 milhões de empregos formais líquidos em 2022, aponta Caged

Em 2021, o país havia registrado a abertura líquida de 2.776.733 postos

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Por: Gabriel Ponte

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados registrou a abertura líquida de 2.037.982 postos de trabalho no acumulado de 2022, oriunda de 22.648.395 admissões e 20.610.413 desligamentos, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Ministério do Trabalho e Previdência.

O setor de Serviços foi o que mais teve admissões líquidas no ano passado, somando 1.176.502, segundo dados da pasta. O Comércio e a Indústria registraram 350.110 e 251.868 contratações líquidas, respectivamente, no acumulado do ano, seguidos pela Construção e Agropecuária, que somaram 194.444 e 65.062 novas vagas.

Em 2021, o país havia registrado a abertura líquida de 2.776.733 postos.

Em dezembro, mês que usualmente registra saldo negativo de contratações, o Brasil registrou o fechamento líquido de 431.011 postos de trabalho, pior que consenso da Refinitiv, que projetava a demissão de 371.500 trabalhadores no período. É o maior número de de demissões para o mês desde dezembro de 2008, quando o saldo negativo líquido foi de 654.946.

O fechamento de vagas em dezembro é resultado do saldo de 1.382.923 admissões e 1.813.934 desligamentos. Em novembro, o país registrou a abertura líquida de 135.495 postos de trabalho.

Todos os setores da economia registraram fechamentos de postos em dezembro. O de Serviços foi o que mais demitiu, registrando saldo negativo líquido de 188.064 vagas no período, seguido pela Indústria, com 114.246. Na sequência, Construção registrou fechamento líquido de 74.505 postos, seguido por Agropecuária, com 36.921, e Comércio, com 17.275.

O salário médio real de admissão recuou em dezembro para R$1.915,16, ante os R$1.933,06 registrados em novembro. Já o salário médio de desligamento avançou em dezembro a R$2.038,70, ante R$2.022,92 em novembro.

O esfriamento do mercado de trabalho ocorre em meio à conjuntura de juros elevados na economia doméstica – a taxa Selic encontra-se em 13,75% ao ano. O Comitê de Política Monetária do Banco Central iniciou hoje sua reunião de dois dias, e o consenso espera que ele deverá manter a Selic inalterada ao fim da reunião amanhã.