Por Patrícia Vilas Boas
O Bradesco pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira a revisão da decisão do ministro Alexandre de Moraes que suspende a coleta dos registros de e-mails de executivos e auditores da Americanas nos últimos dez anos, de acordo com a revista Veja.
Para conseguir a suspensão, os advogados da Americanas entraram com uma reclamação no STF, alegando que o objeto da busca e apreensão poderia incluir informações confidenciais, como comunicações entre a empresa e seus advogados, o que seria uma violação dos direitos legais da empresa.
Segundo a Veja, o Bradesco usa termos “duros” ao pedir a reconsideração da decisão, referindo-se ao pedido da varejista, que teve a decisão acatada por Moraes, como alegações de “vil oportunismo”, “cínico argumento” e diz que a varejista tenta “criar uma mesquinha cortina de fumaça” para impedir as investigações solicitadas pelo banco.
A defesa do Bradesco declarou, segundo a Veja, que não pretende acessar os e-mails trocados entre os reclamantes e seus advogados, assim como os demais “credores que litigam com a Americanas”, dizendo concordar com a preservação de mensagens trocadas com a defesa da empresa, mas querer que o restante seja apreendido.
A Americanas acumula uma dívida de R$ 4,8 bilhões com o Bradesco. O banco provisionou esse valor para cobrir 100% da exposição à varejista A medida de proteção teve um custo: levou o banco a registrar a menor rentabilidade da série histórica.
A medida extrema reavaliou os riscos inerentes às operações de crédito com um “cliente large corporate” e decidiu provisionar 100% da exposição.
A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial no início deste ano após serem reveladas “inconsistências contábeis” de mais de R$ 40 bilhões em suas demonstrações financeiras.
(Colaboração de Gustavo Boldrini)