BofA rebaixa Cyrela para "venda" e cita risco de acúmulo de estoques

Time de análise destacou o cenário macroeconômico adverso para a incorporadora

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Por: Gustavo Boldrini

As ações ordinárias da Cyrela recuavam mais de 3% nesta segunda-feira na B3, após o Bank of America rebaixar a recomendação para o papel de “compra” para “underperform”, o equivalente a “venda”. O time de análise do BofA citou o risco de acúmulo de estoques para a incorporadora, diante do cenário macroeconômico adverso para o segmento de médio-alto padrão.

Em relatório divulgado hoje, os analistas Carlos Peyrelongue e Aline Caldeira afirmaram que a Cyrela deve ter um ano difícil à frente, com maior dificuldade para vender unidades após os fortes números de lançamentos registrados nos últimos trimestres. Segundo eles, isso pode levar a descontos nos preços dos imóveis, pressionando as receitas da incorporadora.

“As incorporadoras de médio e alto padrão vão ver seus lançamentos dobrando em comparação com o ano passado, o que deve elevar a inadimplência, com o excesso de estoques levando a descontos de preços”, escreveram Peyrelongue e Caldeira, que também têm recomendação de “venda” para as ações de Eztec e Even.

O BofA cortou o preço-alvo para o papel da Cyrela de R$21 para R$15, e indicou o potencial de alta de 3,6% em relação aos níveis atuais. Nesta segunda, perto das 11h55, a ação caía 3,66% na bolsa brasileira, a R$13,95.

PREFERIDA

Os analistas elegeram a ação ordinária da Cury como a preferida do setor de incorporação, indicando que o segmento de imóveis populares deve se beneficiar da melhora das margens e de mudanças positivas nas regras do programa habitacional Casa Verde e Amarela, que deve ter seu nome oficialmente modificado para Minha Casa, Minha Vida neste mês.

O BofA tem preço-alvo de R$17 para os papéis da Cury, indicando um potencial de alta de mais de 30%.