Por: Machado da Costa e Bruna Narcizo
A Americanas colocou à venda suas empresas controladas Hortifruti Natural da Terra e Uni.co, disseram ao Scoop três fontes com conhecimento do assunto. A meta é capitalizar o caixa da varejista em meio ao processo de recuperação judicial, após a descoberta de inconsistências contábeis no balanço da empresa.
As empresas estão no guarda-chuva da Americanas, portanto, não podem ser vendidas fora do processo de recuperação judicial. A administração da varejista deverá incluí-las no plano de RJ a ser apresentado a credores como Unidades Produtivas Isoladas, indicando suas prováveis vendas.
Fontes disseram ao Scoop que a gestora Pátria Investimentos estaria avaliando a compra do Natural da Terra, adquirido pela Americanas em agosto de 2021, por R$2,1 bilhões.
“Provavelmente esta empresa será vendida por cerca de metade do valor que foi pago”, disse uma fonte.
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Outra pessoa afirmou ao Scoop que o Pátria poderia entrar como “stalking horse”, expressão que indica um comprador firme para uma UPI. Essa fonte também avalia que o valor da aquisição deve ser substancialmente menor do que o preço pago pela Americanas pelo ativo.
Já a Uni.Co, dona das marcas Puket, Imaginarium, Mind e Lovebrands, teve 70% do seu capital adquirido pela Americanas em abril de 2021, em um acordo que previa a aquisição do restante das ações em três anos, em uma faixa de valor pré-definida e segundo a performance do plano de negócios. Segundo as fontes, ainda não há interessados neste ativo.
Uma das fontes afirmou ao Scoop em meados de janeiro que a Americanas também pretende vender sua participação na Rede Vem Conveniência, joint venture firmada com a marca Local, da própria varejista, e a BR Mania, da Vibra, cujo valor de mercado é de R$995 milhões. O fim da parceria entre as duas empresas foi anunciado em 24 de janeiro, após a Americanas tornar público um rombo de R$20 bilhões em seus balanços.
Procurado, o Patria ainda não respondeu aos pedidos de comentários do Scoop. Já a Americanas informou em comunicado enviado no fim da tarde que “não estão em curso quaisquer negociações visando a alienação, pela Companhia, do Hortifruti Natural da Terra” e que “manterá seus acionistas e o mercado informados, nos termos da legislação aplicável”.
