Ações da Gol desabam 30% e têm pior dia desde pandemia com proteção contra credores aprovada nos EUA

empresa ter divulgado informações financeiras preliminares não auditadas pela manhã que mostram endividamento bilionário e patrimônio líquido negativo.

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Por: Luca Boni 

São Paulo, 29/1/2024 – As ações da Gol despencam mais de 30% na sessão desta segunda-feira, reagindo à aprovação da Justiça americana para o processo de proteção contra credores conhecido como Chapter 11, e após a empresa ter divulgado informações financeiras preliminares não auditadas pela manhã que mostram endividamento bilionário e patrimônio líquido negativo.

Por volta das 17h15 os papéis PN da Gol tombavam 30,07%, cotados a R$4,16, a maior queda intradiária desde março de 2020, para atingirem o menor nível desde dezembro de 2016.

Até aqui, as ações já registraram um volume de negócios superior aos R$185 milhões, 157% superior à média dos últimos 50 pregões, que é de R$81 milhões.

Mais cedo, a Gol divulgou informações financeiras não auditadas, registrando um endividamento de pouco mais de R$20 bilhões ao final de 2023, com patrimônio líquido negativo em R$23 bilhões, uma piora de 6% na comparação com o trimestre anterior. 

A divulgação dos dados foi necessária para a liberação judicial de parte de um empréstimo de US$950 milhões na modalidade “DIP” que fornecerá dinheiro para as operações da companhia. A Gol disse que buscará aval para acessar a totalidade dos recursos nas próximas semanas. 

Em comunicado, a Gol disse ainda que a decisão de entrar com pedido “Chapter 11” foi tomada para fortalecer sua posição financeira, garantindo que honrará todos os compromissos com parceiros de negócios e fornecedores de bens e serviços prestados a partir da data de início do processo, em 25 de janeiro de 2024, além do pagamento de salários aos colaboradores.

O fluxo vendedor nas ações PN da área se intensificaram durante a tarde, após a divulgação do fato relevante informando que o juiz Martin Glenn disse durante audiência em Nova York que permitiria que a Gol começasse a sacar um empréstimo de US$950 milhões via Chapter 11.

Nos últimos dias, grandes bancos e diversas casas de análises têm revisado suas recomendações para as ações da Gol, colocando a companhia sob revisão ou com recomendação de ‘venda’, incluindo Bradesco BBI e JP Morgan. 

As agências internacionais de rating S&P Global e Fitch rebaixaram a nota global de crédito da Gol de “CCC-” para “D”.

(LB | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)