Ação do Credit Suisse cai na Suíça e arrasta o setor bancário no mundo

Caso renova tensões antes de decisão de juros do BCE

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Por Patrícia Lara

As ações do Credit Suisse renovaram a mínima histórica na bolsa suíça nesta quarta-feira e contaminaram os papéis de diversos bancos na Europa, após comentários de seu maior acionista de que não forneceria mais capital à instituição financeira.

Perto das 11h00, as ações do Credit Suisse recuavam 29% na SIX, a 1,571 franco suíço, após renovarem a mínima histórica de 1,552 franco suíço, ou o equivalente cerca de R$8,95. A queda dos papéis do Credit ocorre após o presidente do Banco Nacional Saudita, que comprou uma participação de 10% no banco suíço no ano passado, ter descartado a possibilidade de fornecer mais assistência financeira para a instituição.

Os últimos problemas do conturbado credor suíço reacenderam uma ampla liquidação nas ações dos bancos europeus, que já estavam se recuperando nesta semana das consequências após o colapso do Silicon Valley Bank nos Estados Unidos na última sexta-feira. O movimento coloca em xeque a decisão de juros do Banco Central Europeu que será divulgada amanhã – o consenso aponta para uma alta de 0,50 ponto porcentual da taxa principal de juros na Zona do Euro, de 3% para 3,5%.

Mais cedo, nas bolsas europeias, as ações do BNP Paribas caíram 11%, e as do Société Générale, 12%. O Deutsche Bank e o Barclays chegaram a perder 8%, enquanto o ING caiu 9%. Os mercados de ações mais amplos foram arrastados para baixo, com o Stoxx 600 em queda de 2,13%.

O valor de mercado do Credit Suisse caiu para menos de 7 bilhões de francos suíços, após o banco ter levantado capital de 4 bilhões de francos suíços apenas alguns meses atrás.

O Credit Suisse é um “momento Lehman” para os mercados europeus e globais, escreveu no Twitter o economista ultra pessimista Nouriel Roubini, segundo a CNBC. O Lehman Brothers foi um banco de investimentos americano que entrou em concordata em setembro de 2008, desencadeando uma grave crise financeira global.