Por Ana Luiza Serrão
A Tupy (TUPY3) lida com uma forte onda de pessimismo do mercado que derruba suas ações na B3 nesta segunda-feira (28), após a indicação de dois ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o conselho de administração da líder global em blocos e cabeçotes de ferro para motores.
Por volta das 11h25, as ON da companhia caíam 3,17%, a R$25,66, enquanto o Ibovespa operava em alta de 0,35%, aos 116,2 mil pontos. No acumulado do ano, os papéis da Tupy desvalorizam 2,46%.
Na última sexta-feira, a empresa divulgou um fato relevante informando a renúncia dos conselheiros Carla Gaspar Primavera e Fabio Rego Ribeiro. Com isso, o BNDES Participações (BNDESPar), maior acionista da organização, indicou a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), para ocuparem suas posições.
O BNDESPar detém 28,2% do capital social da Tupy, seguido pelo fundo previdenciário dos funcionários do Banco do Brasil (Previ), com 24,8%. A gestora Trígono tem 10%. Na prática, o governo possui 53% de participação na instituição de maneira indireta.
O analista do GA Invest Kaio Costa Silva disse via rede social que a Tupy nunca teve ingerência do governo, mas que daqui para a frente investidores devem ficar mais atentos a essas questões.
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“Tinha algumas ações de Tupy até outro dia. Gosto demais da empresa, do management. Então compartilho a tristeza dos acionistas e funcionários ao ler esse fato relevante”, acrescentou a analista Heloisa Cruz, do Stoxos, em um tweet na plataforma X.
O analista do DVinvest Renato A. F. Reis também afirmou no X torcer para os ministros efetuarem um ótimo trabalho até a eleição de novos membros para o conselho, mas disse não fazer ideia de como os dois podem agregar na empresa.
A ministra Anielle é bacharel em jornalismo e inglês, e o ministro Lupi é formado em administração, o que levanta questionamentos no mercado sobre seus conhecimentos específicos no setor de atuação da metalúrgica multinacional.
Em 19 de maio, o Itaú BBA elevou a recomendação para as ações da Tupy de “neutra” para “compra”, com preço-alvo de R$31. O time de análise afirmou, na época, que a empresa extraía muito valor de suas aquisições e que por isso expandia seus mercados.
Já o Santander Corporate & Investment previa em relatório de 28 de março a elevação de ganhos para a empresa a partir de 2024 através de parcerias. Em outro relatório, de 14 de agosto, os analistas do banco espanhol comentaram que o lucro líquido de R$61,8 milhões da Tupy no segundo trimestre não apresentou “grandes surpresas”.
