O que um investidor de US$ 1 mil pode copiar da estratégia de um investidor de US$ 500 milhões? Em uma única palavra? Quase tudo! Mas vamos organizar isso melhor.
Atualmente são poucos fundos, produtos e investimentos que estão acessíveis apenas aos investidores ultra-ricos.
Falando pelos clientes que atendo, que, na média, contam com US$ 50 milhões investidos (ou seja, alguns poucos com mais de US$ 300 milhões, e outros com menos de US$ 50 milhões), e falando pelas outras principais Wealth Managements aqui de NYC, com as quais trocamos dados e informações, mais de 80% da carteira desses clientes estão compostos por produtos que qualquer investidor tem acesso.
E não é incomum mais de 80% do resultado vir justamente destes 80% da carteira acessíveis a todos.
Ou seja, a questão não está no acesso exclusivo ou restrito de produtos financeiros, como fundos de hedge fechados, investimentos alternativos em real estate ou fundos de venture capital e private equity.
O segredo está na inteligência de seleção dos ativos, na sua distribuição, e, especialmente, na sua movimentação em momentos acertados.
Soa simples ou complicado? Diria que soa simples, mas na verdade é bem complicado.
É a velha história sobre o técnico que conserta a máquina de lavar roupas que cobra caro porque sabe qual parafuso apertar.
Para performarmos, obrigatoriamente, conto com profissionais ultra especializados em diferentes tipos de ativos e com muita experiência. Ninguém por aqui tem menos de 25 anos de janela. Na verdade, quase a totalidade do time possui mais de 30 anos de experiência.
Eu nunca vi duas coisas. Um cara ser capaz de ser realmente bom em múltiplas áreas, e nunca vi alguém jovem, sem anos e anos de experiência (entenda-se 20 anos para mais) ser capaz de chegar perto de um gestor/portfolio manager com décadas de traquejo.
Nos EUA um profissional com menos de 20 anos de experiência nunca tem o poder de decisão final em nada nessa indústria. Então, quando vejo recursos, no Brasil, muitos recursos mesmo, de clientes que acham que estão sendo bem cuidados porque o time comercial é impecável, mas nos bastidores a estratégia está nas mãos de jovens (que custam menos, e ainda não se provaram) que possam até mesmo ser bem intencionados, e bem estudados, mas não têm cabelos brancos, e deveriam ainda estar acolhidos por grandes mestres e mentores, me dá até dor de barriga. Simplesmente porque a gente sabe onde acaba essa história.
Pode até levar alguns anos, mas é sempre a mesma história e as mesmas consequências.
Certa vez um jornalista me perguntou, em uma entrevista, o que podemos aprender e tirar do mercado financeiro sobre os investimentos nos EUA. Foi complicado responder, pois são tantas coisas.
Essa é uma delas.
Penso seriamente em criar uma forma de compartilhar nossas estratégias, portfólios, visão e conhecimento de forma detalhada e profissional, para que investidores menores possam ter acesso às mesmas informações e conhecimentos que grandes investidores têm.
Disse isso nessa semana para um grupo de brasileiros, que se assustaram. Como se eu estivesse compartilhando de graça algo que deveria ser muito bem pago. A verdade é que essa indústria é cruel.
Quem não tem muito dinheiro não tem acesso a um bom suporte. Na verdade, no Brasil, a maioria que até tem muito dinheiro também é mal atendida. Imagina quem não tem. Do outro lado, não existe nada que impeça esses menos abastados de replicar, com exatidão o que os 2% das Wealths de NYC melhor sucedidas fazem.
E, para concluir, essas pessoas, infelizmente, nunca seriam nossas clientes. E nossos clientes não deixaram de ser porque podem passar a ter essas informações, pois o que falta à maioria deles é tempo, e não conhecimento e dinheiro, inclusive, para contratar pessoas como as que eu tenho aqui, que ganham, em média, US$ 1,5 milhão fixos, anualmente.
Com isso, deixo essa provocação, para que possamos continuar trocando por aqui.
Não deixem de me seguir no Instagram @brunocorano e fiquem à vontade para nos acionar por meio do e-mail: contato@coranocapital.com
*Bruno Corano é empresário, investidor, economista formado pela UPENN – Universidade da Pennsylvania, sócio controlador da Corano Capital NYC, maior gestora privada brasileira nos EUA.