Por: Leandro Tavares e Bruno Andrade
A inflação brasileira, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi de 0,12% em julho, após uma deflação de 0,08% em junho, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. O dado veio acima do TC Consenso, cuja projeção era de 0,08%.
No ano, o IPCA acumula alta de 2,99% e, nos últimos 12 meses, de 3,99%.
Segundo o IBGE, dos nove de produtos e serviços pesquisados, cinco tiveram alta em julho. A gasolina, como previsto pelo TC Consenso, foi o item que mais impactou no mês passado, com uma alta de 4,75%. Em junho, o segmento havia apresentado queda de 1,14%.
Em relação aos combustíveis, foram registradas altas no gás veicular (3,84%) e no etanol (1,57%), enquanto o óleo diesel caiu 1,37%. Além disso, as passagens aéreas e o automóvel novo também contribuíram para o resultado do grupo, com alta de 4,97% e 1,65%, respectivamente.
Do lado das quedas, o grupo Habitação teve recuo de 1,01%, apoiado pela energia elétrica residencial, que apresentou o impacto negativo mais intenso do mês, de 3,89%. Já o grupo de Alimentação e Bebidas teve que de 0,46%, foi influenciada pelo recuo nos preços da alimentação no domicílio, de 0,72%, que já havia apresentado resultado negativo em junho, de 1,07%.
Os demais itens, artigos de residência subiram 0,4%, vestuário caiu 0,24%, saúde e cuidados pessoais subiram 0,26%, despesas pessoais tiveram alta de 0,38%, educação subiu 0,13% e comunicação ficou estável.
Os núcleos, importantes para a definição da política monetária, tiveram um uma trajetória benigna. Serviços, excluindo passagens aéreas, registrou inflação de 0,17%, e a média dos núcleos, de 0,18%, de acordo com os economistas da gestora Versa. Ambos indicadores tiveram desaceleração.
Para Andre Fernandes, sócio da A7 Capital, apesar da aceleração, esses dados foram positivos por conta da desaceleração dos serviços subjacentes.
“O impacto no mercado já pode ser observado após esses dados. No momento, o nosso Ibovespa futuro sobe +0,65%, o dólar cai -0,37% cotado a R$ 4,87, e o juros futuro com vencimento em Janeiro/2026 cai no momento -0,61% cotado a uma taxa de 9,78%”, disse.