População brasileira cresce 6,5% e chega a 203 milhões

Crescimento médio anual foi o menor da série histórica

Agência Brasil
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Por Bruno Andrade

A população brasileira cresceu 6,5% e foi para 203.062.512 de habitantes, revela a pesquisa do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta quarta-feira (28). No último censo de 2010, o país tinha 190.755.799 de habitantes, o que gera um acréscimo de 12.306.713 pessoas.

Na média de 12 anos, a taxa de crescimento anual ficou em 0,52%, a menor já observada desde o início da série histórica iniciada em 1872, ano da primeira operação censitária do país.

O Sudeste continua sendo a região mais populosa do país com 84,8 milhões de habitantes. Esse contingente representava 41,8% da população brasileira. Já o Nordeste, está com 54,6 milhões de pessoas, equivalente a 26,9% dos habitantes do país.

“As duas regiões foram as que tiveram a menor taxa de crescimento anual desde o Censo 2010: enquanto a população do Nordeste registrou uma taxa crescimento anual de 0,24%, a do Sudeste foi de 0,45%”, disse o IBGE.

Por outro lado, o Norte era a segunda região menos populosa, com 17,3 milhões de habitantes, representando 8,5% dos brasileiros.

O Estado de São Paulo continua sendo o mais populoso do país, com 44,4 milhões de habitantes, equivalente a 21,8% da população. Do outro lado, Roraima continua sendo o estado menos populoso, com 636,3 mil pessoas.

Segundo o Censo, as concentrações urbanas abrigavam 124,1 milhões de pessoas em 2022, sendo 61% da população. Além disso, 44,8% dos municípios brasileiros tinham até 10 mil habitantes, mas apenas 12,7 milhões de pessoas, ou 6,3% da população, viviam em cidades desse porte.

A cidade de São Paulo seguiu como a mais populosa do Brasil. A capital paulista aparece em primeiro lugar no ranking, com 11,5 milhões de habitantes, seguida do Rio de Janeiro (6,2 milhões) e Brasília (2,8 milhões).

Os 20 municípios mais populosos do país concentravam 22,1% do total da população e 17 deles são capitais estaduais. Os demais foram Guarulhos e Campinas, em São Paulo, e São Gonçalo, no Rio de Janeiro.

Por outro lado, três municípios tinham menos de 1 mil habitantes: Serra da Saudade, em Minas Gerais, com 833 pessoas; Borá, em São Paulo (907); e Anhanguera, em Goiás (924).

O número de domicílios do país aumentou 34% frente ao Censo 2010, totalizando 90,7 milhões. A pesquisa também revelou que os domicílios particulares permanentemente vagos aumentaram 87%, chegando a 11,4 milhões, enquanto os de uso ocasional cresceram 70% em 12 anos, totalizando 6,7 milhões.

A média de moradores por domicílio no país é de 2,79, inferior à média de 2010 (3,31 moradores por domicílio). A densidade demográfica foi estimada em 23,8 habitantes por quilômetro quadrado.

“Com o envelhecimento da população, que é ligado a uma taxa menor de fecundidade, é natural que se diminua o número de moradores por domicílio. No passado havia uma quantidade maior de famílias constituídas de um casal com filhos e normalmente eram muitos filhos. Hoje em dia, houve queda nesse tipo de arranjo familiar, com aumento de participação de outros arranjos, como casal sem filhos, mãe solo e unipessoais”, afirmou o demógrafo do IBGE Márcio Minamiguchi.

O Censo 2022 representa um hiato de 12 anos para levantamento, que normalmente é feito a cada 10 anos, uma vez que a pandemia de Covid-19 e questões orçamentárias impediram a realização do Censo 2020.

“Como testar o censo na rua numa pandemia? Como fazer? Não é uma eleição onde você vai numa mesinha, a gente vai de porta em porta. É a maior operação de guerra em tempos de paz”, disse o presidente IBGE, Cimar Azeredo. “Vamos trocar narrativas  por evidências através do Censo do Brasil“.

(Com Reuters)