Por Bruno Andrade
O mercado financeiro estima um corte de 0,25% na taxa básica de juros da economia, a Selic, nesta semana. A informação foi divulgada no boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (31).
O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nos próximos dias e vai divulgar a sua decisão final sobre os juros na quarta-feira (02). O mercado espera que a Selic termine o ano em 12%.
Para 2024, a expectativa é de que taxa de juros fique em 9,25% ao ano, menor que o esperado na semana passada, quando o mercado projetava a Selic em 9,5%. Já em 2025, a estimativa caiu de 9% ao ano para 8,75% ao ano. Para 2026, a projeção caiu de 8,63% para 8,5%.
O mesmo boletim reduziu as expectativas de inflação para o final de 2023 de 4,9% para 4,84%. Para 2024, o corte foi residual, indo de 3,90% para 3,89%. As estimativas para inflação em 2025 e 2026 se mantiveram inalteradas em 3,5% para os dois anos.
Já a expectativa para o crescimento econômico do Brasil, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), se manteve em 2,24% para 2023 e 1,3% para 2024. O mercado espera que o dólar encerre 2023 cotado a R$ 4,91.
A pressão para que o Copom corte os juros com uma maior velocidade vem, principalmente, do governo federal.
No final de semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o Banco Central tem “espaço considerável” para cortar a taxa Selic, afirmando que o ciclo de afrouxamento monetário que provavelmente começará na semana que vem será fundamental para que agentes econômicos intensifiquem seus investimentos no Brasil.
“O espaço (para afrouxamento monetário) que existe é bastante considerável”, disse Haddad em entrevista à TV GGN.
“É uma situação que efetivamente nos dá condições de harmonizar a política econômica com a política fiscal de maneira muito interessante para abrir um ciclo de crescimento sustentável no país”, acrescentou o ministro, citando sinais de redução da inflação e elevação da nota de crédito do Brasil por agências de classificação de risco como argumento a favor do início do afrouxamento dos juros.
Haddad avaliou que qualquer movimento da Selic pelo BC em agosto, seja corte de 0,25 ou 0,50 ponto percentual, provavelmente não terá grande impacto na economia de imediato, uma vez que os juros, atualmente em 13,75%, seguirão em patamar muito restritivo.
No entanto, “essa sinalização é muito importante para que os agentes econômicos comecem a se reposicionar em relação ao mercado interno”, disse Haddad, prevendo aumento dos investimentos no país.