Indústria e varejo falam em perda de milhares de empregos diante de isenção de US$ 50 às asiáticas

Projeções apontam desaparecimento de até 2,5 milhões de postos

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Por Sheyla Santos

Os presidentes da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, e do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV), Jorge Gonçalves Filho, disseram nesta quarta-feira (19) a jornalistas que os dois setores temem a perda de empregos diante da isenção do imposto de importação concedido às empresas estrangeiras, especialmente as asiáticas.

De acordo com Andrade, da CNI, com a isenção da importação de produtos de até US$50, a indústria poderá perder 500 mil empregos. “São mais de um milhão de pacotes por dia com esse valor de até US$50. Isso está chegando a uma proporção que vai dar R$60 bilhões por ano. Só na indústria, que nós fizemos uma estimativa, vamos perder 500 mil empregos”, disse, sinalizando que esses empregos representam em torno de R$20 bilhões de massa salarial

“A solução é tributar até US$50”, pleiteou. “A Receita não tem como fiscalizar um milhão de pacotes que chegam por dia.”

Gonçalves Filho, do IDV, disse que os empresários brasileiros pedem isonomia tributária em relação às estrangeiras. “Olhando para o varejo, US$50 é um ticket médio muito elevado. O varejo pode perder dois milhões de empregos.”

Os representantes se reuniram no fim da tarde com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e o novo secretário-executivo da pasta, Dario Durigan, e apresentaram os pleitos dos setores para serem incluídos no plano de conformidade da Receita Federal.

Durigan disse que o projeto de conformidade da Receita ainda está em fase de início. “Acabamos de receber o estudo [dos setores], vamos processar [as informações]”, afirmou.