Por Reuters
Os países do G20 quase finalizaram uma declaração para a cúpula de seus líderes no fim de semana, disse a Índia nesta sexta-feira (8), sugerindo que os negociadores fizeram progressos na resolução de diferenças dentro do grupo sobre a guerra na Ucrânia.
As ruas da normalmente movimentada capital, Nova Délhi, estavam desertas antes da cúpula, com empresas, escritórios e escolas fechadas como parte das medidas de segurança para garantir o bom funcionamento da reunião, o evento de mais alto nível já realizado no país.
Favelas, macacos e cães foram retirados das ruas.
O negociador da Índia no G20, Amitabh Kant, disse que a declaração final da cúpula, a Declaração dos Líderes, será uma “voz” do sul global e dos países em desenvolvimento.
“A declaração dos líderes de Nova Délhi está quase pronta, não gostaria de me alongar sobre ela. Essa declaração será recomendada aos líderes… e somente depois disso poderemos falar sobre as conquistas reais da declaração”, disse Kant em uma entrevista coletiva.
Os negociadores do G20 têm lutado há dias para chegar a um acordo sobre a linguagem do documento devido a divergências sobre a guerra, na expectativa de conseguir que Moscou e Pequim participem na produção de um comunicado que também aborde problemas globais urgentes, como o endividamento e as mudanças climáticas.
A cúpula deve ser dominada pelo Ocidente e seus aliados. O presidente chinês, Xi Jinping, não comparecerá à reunião e enviará o primeiro-ministro Li Qiang, enquanto o líder russo Vladimir Putin também estará ausente.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, o chanceler alemão Olaf Scholz, o presidente francês Emmanuel Macron, o premiê britânico Rishi Sunak, o príncipe herdeiro saudita Mohammed Bin Salman e o premiê japonês Fumio Kishida, entre outros, estarão presentes.
A China disse nesta sexta-feira que está disposta a trabalhar com todas as partes e pressionar por um resultado positivo na cúpula.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, fez os comentários depois que uma reportagem disse que Sunak culpou a China por atrasar um acordo sobre várias questões, incluindo a Ucrânia.
Sunak pedirá ao primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, para “atentar” a Rússia sobre sua invasão e usar sua influência para ajudar a acabar com a guerra, informou o Financial Times na quinta-feira.
A posição endurecida sobre a guerra impediu que se chegasse a um acordo sobre um único comunicado nas reuniões ministeriais durante a presidência indiana do G20 até agora neste ano, deixando para os líderes a tarefa de encontrar uma maneira de contornar a situação, se possível.
O governo de Modi está projetando a presidência indiana do grupo e a cúpula como uma mostra de sua economia em rápido crescimento e sua posição crescente na hierarquia geopolítica.
A Índia quer que o comunicado final da cúpula contemple os pontos de vista da Rússia e da China, que têm bloqueado os esforços das nações ocidentais para incluir uma forte condenação da guerra da Rússia na Ucrânia, disseram autoridades indianas à Reuters nesta semana.
Além disso, há algum desacordo sobre a cooperação na questão das mudanças climáticas, acrescentaram fontes do governo indiano.
O grupo está dividido quanto aos compromissos de redução progressiva da utilização de combustíveis fósseis, aumento das metas de energias renováveis e redução das emissões de gases do efeito estufa.