Divisão na diretoria do Copom é menor do que aparenta, diz Galípolo

Queda de 0,5 p.p. na Selic foi definida com margem apertada

Lula Marques/Agência Brasil
Lula Marques/Agência Brasil

Por Gabriel Ponte

A divisão observada na decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deste mês é “muito menor” do que pode aparentar, afirmou o diretor de Política Monetária da autarquia, Gabriel Galípolo, em evento do Brazil Journal nesta terça-feira (15).

“Apesar de ter sido muito divulgada a divisão, quando esprememos, observamos que ela é muito menor do que realmente pode aparentar. Você discutia como iniciava o ciclo [de afrouxamento monetário], e boa parte disso está bastante associado à competência da área técnica do BC”, diz Galípolo.

No início deste mês, o Copom reduziu a Selic em 50 pontos-base, para o nível de 13,25% ao ano, em uma decisão não unânime, que teve o voto do presidente do BC, Roberto Campos Neto, como desempate para uma redução mais brusca.

Segundo Galípolo, o Brasil reúne as qualidades necessárias para que os investidores estrangeiros favoreçam a tese de investimentos no país, em um ambiente de redistribuição das cadeias produtivas.

Em sua avaliação, o cenário internacional que se desenha para adiante deve ser “mais desafiador”. Galípolo citou também a volatilidade observada no mercado de Treasuries nos Estados Unidos, na esteira de uma maior colocação de títulos pelo governo americano, assim como a leitura de uma perspectiva de manutenção dos juros em níveis elevados por mais tempo.