Fed mantém juros inalterados nos EUA e acena para possível fim de aperto monetário

FOMC manteve os juros inalterados no intervalo entre 5,25% e 5,50%, em linha com as expectativas do mercado

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Por: Gabriel Ponte

O Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) manteve os juros inalterados no intervalo entre 5,25% e 5,50% nesta quarta-feira, em linha com o consenso dos investidores, sinalizando ainda um arrefecimento nas pressões inflacionárias – mensagem que foi bem recebida pelos mercados financeiros.

No comunicado divulgado junto à decisão, o FOMC pontuou que a inflação desacelerou ao longo do último ano, embora permaneça “elevada”, e que indicadores recentes sugerem abrandamento da atividade econômica ante o ritmo forte observado no terceiro trimestre. 

Os principais índices americanos subiam até 0,75% na sequência da divulgação, depois de operarem estáveis mais cedo, e o Ibovespa também acelerava os ganhos

O FOMC ainda pontuou no documento que, ao determinar a extensão de “qualquer” eventual alta adicional dos juros para que a inflação retorne à meta de 2,0% ao ano, levará em consideração o efeito cumulativo da alta das Fed Funds e os efeitos defasados com os quais a política monetária afeta a atividade econômica. 

O comunicado também apontou para uma moderação da geração de postos de trabalho, ainda que permaneça forte, e uma taxa de desemprego baixa, fatores que podem apoiar o início de um ciclo de cortes de juros hoje esperado no mercado para a partir de 2024.

Foi a terceira vez consecutiva que o Fed manteve os juros inalterados e a quarta desde o início deste ciclo de aperto monetário, em março de 2022. É também o mais longo ciclo de alta dos juros desde 1980, quando o Fed fabricou uma recessão para controlar a inflação nos EUA. A taxa de juros encontra-se no maior nível desde 2001. 

A decisão de hoje do FOMC foi “unânime”. O presidente do Fed, Jerome Powell, falará à imprensa por volta das 16h30. Por volta das 16h25, as principais bolsas operavam em alta. 

Os índices Dow Jones, Nasdaq 100 e S&P500 avançavam 0,65%, 0,60% e 0,74%, respectivamente. No mesmo horário, os rendimentos dos títulos do Tesouro de dois e dez anos recuavam 16,4 e 11,1 pontos-base, a 4,569% e 4,092%, na mesma ordem. 

(GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)