Por Erick Matheus Nery
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que existe uma certa “discriminação” em Brasília com o mercado de capitais, agenda que é vista em Brasília como “algo da Faria Lima”. Campos Neto disse que o fortalecimento do mercado de capitais deve voltar à agenda do BC mesmo com esse preconceito do governo.
“Focamos muito em medidas para o mercado de capitais em 2019 e 2020. Durante a pandemia, acabamos focando em outras medidas, mas acho que a gente tem que voltar muito nessa agenda. E essa é uma agenda que sofre alguma discriminação, porque sempre quando falávamos disso, às vezes, ecoava em Brasília como ‘é algo da Faria Lima’. E dizíamos que não, é exatamente o contrário, é a agenda mais democratizante que tem”, defendeu Campos Neto durante palestra a investidores no Warren Institucional Day, em São Paulo.
Na visão do presidente do BC, quando as companhias direcionam suas procuras por crédito ao mercado de capitais, os bancos precisam ocupar esse espaço com outros segmentos em seus balanços – em especial, com os pequenos e médios.
“Então, o grande aprofundamento de crédito para o pequeno e médio é concomitante com o aumento do mercado de capitais. Achar que o mercado de capitais é elitizante, ele é exatamente o contrário, ele é o mais democratizante possível”, destaca Campos Neto.
Para os investidores, o economista também destacou que a queda da oferta de créditos dos bancos públicos foi compensada pela movimentação do mercado.
“Isso mostra que você conseguiu atingir uma alocação de recursos muito mais eficiente. Entendemos que o mercado de capitais é mais eficiente alocando recursos do que o governo”, destacou.