Por Erick Matheus Nery
A reunião desta semana do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central ocorre com um misto de certeza e dúvida entre os agentes econômicos. Um corte na taxa Selic já é dado “como certo”. Agora, a dúvida fica em torno do tamanho dessa redução: 0,25 p.p. ou 0,50 p.p.?
Para os economistas da XP Caio Megale, Rodolfo Margato e Alexandre Maluf, o corte deve ser de 0,25 p.p., alinhado com a sinalização recente de “cautela e parcimônia” do Copom.
Além disso, o trio aponta três fatores para sustentar esse argumento, são eles:
– Expectativa de inflação ainda acima das metas;
– Incerteza acerca do grau de desaceleração da demanda interna;
– Medidas de aumento de arrecadação que ainda não se mostraram suficientes para equilibrar o déficit público;
“Entendemos que, na reunião de setembro, o comitê terá mais elementos para calibrar o ritmo de redução de juros, com mais confiança de que a inflação convergirá à meta. Em nosso cenário, o ritmo acelera para 0,50 p.p. e se mantém nas reuniões seguintes”, comentam os especialistas.
O estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, também enxerga um corte de 0,25 p.p. à vista, mas reconhece que a probabilidade de um corte de 0,50 p.p. é possível.
“Considero que há espaço para o início do ciclo de relaxamento monetário, tendo em vista principalmente o recuo das expectativas de inflação (com consequente efeito baixista sobre as projeções do BC) e a continuidade do processo de desaceleração dos núcleos”, opina Goldenstein.
Enquanto isso, a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) enxerga um corte de 0,50 p.p.. Everton Gonçalves, superintendente da área de assessoria econômica da entidade, comenta que essa redução estaria alinhada ao balanço de riscos favorável e ajudaria a reduzir o grau de aperto monetário.
A reunião do Copom será realizada nesta terça (1º) e quarta (2).