Por: Leandro Tavares
A desinflação no Brasil está curso e os núcleos da inflação seguem em queda, mas o processo de controle de preços da economia ainda requer uma política monetária contracionista, afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, Campos Neto afirmou que vê convergência inflacionária para meta de 3%, principalmente após as quedas recentes em alimentos e bebidas, mesmo com o impacto recente no IPCA-15 do reajuste da gasolina pela Petrobras.
“Os preços administrados voltaram muito forte, como o efeito do reajuste da gasolina, enquanto os núcleos de inflação seguem em queda. As expectativas de inflação estão estáveis na média ou melhor do que a média de outros países”, disse o presidente do BC.
Ainda durante a apresentação, o presidente do BC endossou a relevância do cumprimento da meta fiscal de 2024 pelo governo para o trabalho de controle da inflação pelo BC. Campos Neto diz entender a dificuldade de atingir os resultados, mas afirmou que é preciso continuar perseguindo-os.
“É importante perseguir [a meta fiscal]. O ministro [da Fazenda, Fernando] Haddad, inclusive, tem pontuado isso. Mesmo que a meta não seja atingida 100%, os agentes percebem o esforço nessa direção”, declarou. “O governo tem endereçado o problema fiscal, então a tendência é esse fator de risco melhorar.”