Por: Gabriel Ponte
O Banco da Inglaterra (BoE) manteve a taxa básica de juros inalterada em 5,25% na decisão desta quinta-feira, em linha com o consenso dos investidores. A decisão, no entanto, não foi unânime. Seis membros do comitê de política monetária da autarquia votaram pela manutenção, enquanto três votaram por uma alta de 25 pontos-base.
No comunicado da decisão, o BoE continuou a reiterar que os juros precisarão permanecer elevados por “período estendido”, um dia após o Federal Reserve sinalizar uma potencial reversão do ciclo de aperto monetário a partir de 2024.
A autoridade monetária também manteve no comunicado estrutura presente anteriormente, em que afirma que um aperto monetário adicional pode ser requerido caso haja evidências de “pressões inflacionárias persistentes”.
Não houve discussão sobre um potencial “timing” do corte de juros. O comunicado da autoridade também seguiu apontando temores de que a inflação elevada no Reino Unido possa continuar a estar enraizada, ante as leituras observadas nos Estados Unidos e na Zona do Euro.
Na visão do BoE, medidas de inflação de salários estavam consideravelmente elevadas no Reino Unido ante os EUA e o Reino Unido, e a inflação de serviços recuou menos até o momento.
“Altas de juros sucessivas auxiliaram a levar inflação, de 10% em janeiro, ao nível de 4,6% em outubro. Mas ainda há algum caminho a percorrer, e nós tomaremos as decisões necessárias para que a inflação retorne à meta de 2%”, avaliou o presidente do BoE, Andrew Bailey, em comunicado.
Em setembro deste ano, o BoE encerrou uma sequência de 14 altas consecutivas dos juros, após elevar os juros ao patamar de 5,25%, máxima em 15 anos, em um ciclo de aperto monetário que teve início em dezembro de 2021 e durou até agosto de 2023.
Na véspera, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) apontou em seu “Dot-Plot” que a mediana das projeções para a taxa-alvo Fed Funds ao fim de 2024 estava em 4,6%, ante 5,1% em setembro, denotando uma maior extensão do alívio monetário. Pela mediana das projeções, o Fed lançaria mão de três cortes de juros de 25 pontos-base cada ao longo do próximo ano.
(GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)