São Paulo, 29/5/2025 – A elevação da alíquota do IOF sobre operações de crédito para companhias contribui com um aumento efetivo do custo das operações financeiras em 4,8 pontos percentuais, avaliou o BTG Pactual em relatório nesta quinta-feira, estimando que, para se alcançar o mesmo efeito, o Comitê de Política Monetária (Copom) teria de elevar a Selic em 310 pontos-base, a 17,85%.
“O impacto da medida será altamente restritivo para o crédito corporativo, particularmente para as pequenas e médias empresas, que dependem mais de modalidades de curto prazo – as mais afetadas pelo imposto”, afirmou o BTG, em relatório assinado por Bruno Martins, Mansueto Almeida e Samuel Pessoa.
O BTG chegou à conclusão, via modelagem, com base em um estudo de 2022 do Banco Central a respeito do efeito de transmissão da Selic sobre várias modalidades de crédito.
Reiterando visão divulgada ainda na terça-feira, o BTG ressaltou entender que a elevação da alíquota do IOF pelo Ministério da Fazenda para operações de crédito produz efeitos contracionistas sobre a atividade econômica, o que reforça a visão de encerramento do ciclo de aperto monetário no atual nível nominal dos juros, de 14,75%.
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Também de acordo com o BTG, com o impacto da medida do IOF, aumentam as probabilidades de a autoridade monetaria iniciar o ciclo de alívio monetário já a partir do fim deste ano.
O Ministério da Fazenda elevou, na semana passada, a alíquota do IOF para operações de crédito de pessoas jurídicas a até 3,95% ao ano, ante 1,88%, via decreto, entre outros ajustes na tributação.
A medida não foi bem recebida pelo Congresso Nacional, e os presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, obtiveram do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, compromisso de apresentação de medidas “mais estruturantes” em até 10 dias.
Motta sinalizou que, se o governo não trouxer alternativas, poderia colocar em pauta projetos de decreto legislativo que propõem suspender e medida do governo federal de elevação do IOF.
