Ackman/Pershing Square: Trump tem 70% de chances de vencer corrida à Casa Branca

Ackman afirmou não ver o presidente dos EUA, Joe Biden, como candidato viável ao pleito, principalmente pela idade

UnSplash
UnSplash

Por: Gabriel Ponte

Brasília, 6/2/2024 – O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump tem 70% de chances de vencer as eleições à presidência do país em novembro deste ano, projetou o CEO da Pershing Square, Bill Ackman, nesta terça-feira. 

Ao participar do CEO Conference 2024, promovido pelo BTG Pactual, Ackman afirmou não ver o presidente dos EUA, Joe Biden, como candidato viável ao pleito, principalmente pela idade. Ele também disse não haver tempo para um novo nome surgir entre os democratas. 

Ackman também lembrou que Biden saiu vencedor nas eleições primárias de New Hampshire em janeiro, apesar de seu nome não constar da cédula de votação – em uma demonstração de que os democratas devem endossar a busca pela reeleição do atual mandatário dos EUA. 

A consultoria de risco político Eurasia vê a eleição americana como principal risco geopolítico global em 2024, junto com conflitos como as guerras Ucrânia-Rússia e Israel-Hamas. “Só que no caso dos EUA, é uma guerra deles contra si mesmos”, disse o diretor da Eurasia para Américas, Cristopher Garman, em evento da Amcham ontem em São Paulo. 

ATIVIDADE ECONÔMICA

Em seus comentários, Ackman disse que os mais recentes dados de geração de empregos nos EUA, muito acima dos consensos, são “completamente não confiáveis”, diante de fatores sazonais. Na visão dele, a economia dos EUA está enfraquecendo – na esteira do aperto monetário e quantitativo promovidos pelo Federal Reserve. 

Ele citou, por exemplo, os “layoffs”, ou demissões em massa, conduzidos por companhias nos últimos meses, como o Spotify. 

Em janeiro, a economia americana registrou criação líquida de 353 mil postos de trabalho, ante projeções do mercado de 185 mil, de acordo com o relatório Payroll, do Bureau of Labor Statistics, divulgado na sexta-feira. 

Segundo Ackman, o presidente do Fed, Jerome Powell, deveria começar a cortar os juros “logo”. 

Ackman reconheceu, porém, o legado de Powell à frente da autarquia, citando a evolução dos dados de desinflação e da expansão da atividade econômica, a despeito do rápido processo de aperto monetário produzido pelo banco central, que levou os juros ao maior nível desde 2001. 

TRAJETÓRIA FISCAL

De acordo com Ackman, ainda que a economia americana não se encontre em terreno de insolvência, o registro de trilhões de dólares como déficit fiscal é “claramente perigoso”. Em 2023, os EUA reportaram déficit orçamentário de US$1,7 trilhão para o ano fiscal encerrado em setembro.

“Republicanos e Democratas não parecem se preocupar com os efeitos de longo prazo da dívida”, disse o gestor. 

(GP | Edição: Luciano Costa | Comentários: equipemover@tc.com.br)