São Paulo, 27/02/2025 – A Petrobras divulgou dividendos bem abaixo das expectativas do mercado junto com os resultados do quarto trimestre, que surpreenderam o mercado ontem à noite, com prejuízo de R$17 bilhões e um nível de investimento bem acima das projeções e do próprio guidance da empresa.
A CEO, Magda Chambriard, defendeu que o investimento foi elevado devido à antecipação de aportes em Búzios, o maior e mais produtivo campo de águas profundas do mundo. “Entendemos a frustração do mercado com o dividendo de curto prazo. Mas queremos lembrar que antecipar CAPEX em Búzios é tudo o que qualquer investidor pode querer. Estamos oferecendo ‘óleo no bolso’ mais rapidamente”, disse, em videoconferência.
A presidente da estatal, que em eventos recentes chegou a comentar que a Petrobras estava “pisando no acelerador”, afirmou que, se possível tecnicamente, valeria a pena até antecipar totalmente os investimentos em Búzios, dado o retorno elevado esperado no ativo.
Para este ano, no entanto, os investimentos não deverão alcançar os níveis do quarto trimestre, segundo Chambriard. “Essa antecipação foi viabilizada, isso está resolvido. Não veremos o mesmo nível de capex do 4T24 no 1T25”, assegurou.
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Chambriard também buscou explicar os resultados, ao comentar que o prejuízo contábil “não reflete a solidez operacional ou financeira” da companhia, uma vez que reflete efeitos de variação cambial em dívidas da Petrobras com subsidiárias. Esse item não tem efeito no caixa, mas apenas contábil, segundo ela.
A Petrobras reportou R$36 bilhões em impacto negativo no resultado por “eventos exclusivos” que não devem se repetir, segundo a emrpesa. Desse valor, R$27 bi foram por variação contábil das dívidas de subsidiárias. Ainda houve R$15,7 bi como ´resultado de desmantelamento de áreas´. Sem esses efeitos, lucro no 4T seria de R$17,7 bi, acrescentou a companhia.
Os dividendos aprovados foram de US$1,6 bilhão, enquanto as projeções de mercado eram de entre US$2,5 bi e US$3 bi, disseram analistas da XP, que viram o nível de proventos como maior decepção do balanço. As ações da empresa reagiam negativamente aos números, com papéis PN recuando mais de 5% no meio da tarde.
(LC | Edição: Luca Boni | comentários: equipemover@tc.com.br)
