São Paulo, 26/07/2024 – Um comitê técnico ligado ao Ministério de Minas e Energia aprovou mudança em regras de formação de preços no mercado de energia elétrica que deverá impactar para cima as cotações a partir de 2025, segundo fontes e documento visto pela Mover.
Empresas com ativos de geração de energia, como Eletrobras, e operadores de térmicas, como Eneva, devem ser beneficiadas com a alteração, que entra em vigor em janeiro de 2025 e se aplica aos preços de curto prazo, ou PLD, embora com impacto indireto também nos valores praticados no chamado mercado livre de energia, disse um analista.
Na prática, a mudança deixa modelos matemáticos que calculam o preço de energia de curto prazo mais aversos a risco, o que tende a ampliar o uso de geração termelétrica para poupar reservatórios das hidrelétricas, explicou uma das fontes, que falou sobre condição de anonimato.
“(O impacto sobre os preços) é altista sim…e em alguma situações específicas não é pouco…sobe bastante”, disse a fonte, que ainda está ajustando cálculos.
Os preços no mercado de energia elétrica têm se recuperado gradualmente neste ano de mínimas tocadas em 2022-2023, após chuvas favoráveis que encheram reservatórios naquela temporada, gerando um quadro de sobreoferta de energia que afetou resultados de empresas com energia disponível para venda, como Eletrobras, e como a Eneva, que ficou com termelétricas desligadas boa parte do tempo.
No mercado livre elétrico, os preços de energia convencional de longo prazo sobem 67% até a última semana de julho, segundo a consultoria DCIDE, a R$147 por megawatt-hora, diante de chuvas mais fracas na região dos lagos de hidrelétricas.
A mudança aprovada na chamada Comissão Permanente para Análise de Metodologias e Programas Computacionais do Setor Elétrico, CPAMP, é no critério de aversão a risco usado no cálculo do preço de energia, ou CVaR.
(LC | Edição: Luca Boni | Comentários: equipemover@tc.com.br)